Menino de 12 anos morre após fraturar tornozelo e família exige justiça por negligência hospitalar
Tia do garoto registrou boletim de ocorrência por morte suspeita na Delegacia Sede de Guarujá
Por: Rondineli Alves de Brito
![Imagem Ilustrando a Notícia: Menino de 12 anos morre após fraturar tornozelo e família exige justiça por negligência hospitalar](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2023/12/vitima-fratura.webp)
Um menino, de 12 anos, identificado como Arthur Barros da Silva, faleceu em em decorrência de uma fratura no tornozelo sofrida em uma partida de futebol em Guarujá, no litoral de São Paulo. A família do garoto acusa os hospitais onde o jovem foi atendido de negligência médica.
Segundo a tia do jovem, Fabiana Barros Santana, de 37 anos, o sobrinho machucou a perna durante uma aula de educação física e, como o menino continuou com dor após dois dias, foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária. Lá, segundo Fabiana, ele não teria recebido o diagnóstico correto.
“A UPA liberou o meu sobrinho avisando que não tinha fratura, que era uma simples luxação”, afirmou a tia. Ela disse que Arthur foi liberado para voltar para casa com uma receita médica indicando medicamentos para aliviar a dor.
Porém, mesmo com a medicação prescrita pelos médicos, o menino continuou sentindo dores e com o tornozelo inchado foi levado novamente à UPA. Na unidade, Fabiana pediu para que o sobrinho fosse transferido ao Hospital Santo Amaro (HSA) para ser avaliado por um médico ortopedista.
O pedido foi atendido e no HSA o paciente foi submetido a um exame de Raio X que constatou uma fratura da tíbia distal [osso próximo ao tornozelo] da perna direita. A equipe médica imobilizou o membro de Arthur, que foi medicado e liberado.
Segundo Fabiana, dois dias depois Arthur continuou com dores fortes e foi encaminhado para a UPA da Enseada, que o transferiu novamente para o HSA. No hospital foi internado para avaliação com um médico vascular.
“No decorrer da madrugada, ele já vinha passando mal e eu pedi que a médica subisse pra avaliá-lo, mas ela falou que não iria porque ele já estava mais do que medicado. A médica não subiu e, na manhã do dia seguinte (27/11), meu sobrinho veio a óbito”, lamentou a tia.
Saúde e Justiça
A pediatra e reumatologista infantil, Heloiza Ventura, explicou que fraturas, como a de Arthur, podem aumentar a chance de tromboembolismo, bem como doenças autoimunes e cirurgias. No entanto, o diagnóstico pode ser difícil pelo fato do quadro ser raro em crianças e pelos exames específicos necessários.
“É uma doença grave que pode levar ao óbito rapidamente e a gente utiliza a heparina para tentar diminuir aquele trombo e melhorar a respiração da criança”, afirmou.
Após o falecimento de Arthur, a tia do garoto registrou boletim de ocorrência por morte suspeita na Delegacia Sede de Guarujá. Ela buscou auxílio jurídico com o advogado Airton Sinto, pois, segundo ela, houve negligência médica.
Em exclusiva ao G1, o advogado explicou que avalia o caso para entrar com uma ação na Justiça. “O caso traz traços claros de negligência médica, negligência de atendimento, de atenção ao ocorrido”, afirmou sobre o diagnóstico errado na UPA e a falta de atenção da médica no HSA.
Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que lamenta profundamente a morte do jovem e “presta condolências aos familiares”. Ainda segundo a administração municipal, o paciente foi prontamente atendido e medicado nas unidades de saúde.