Anvisa analisa resultados de consulta pública sobre cigarros eletrônicos no Brasil

Anvisa avalia opiniões da sociedade sobre proibição de cigarros eletrônicos no Brasil em meio a debate sobre riscos à saúde e possíveis alternativas

Postado em: 30-03-2024 às 10h15
Por: Isadora Miranda
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Anvisa avalia opiniões da sociedade sobre proibição de cigarros eletrônicos no Brasil em meio a debate sobre riscos à saúde e possíveis alternativas | Foto: FreePik

O debate sobre a proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil ganhou destaque recentemente com a divulgação dos resultados da consulta pública pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com um total de 13.930 participações, a sociedade expressou uma variedade de opiniões sobre o tema.

A consulta faz parte de um processo de revisão regulatória iniciado em 2019 pela Anvisa, que coletou estudos e evidências científicas sobre os potenciais riscos à saúde dos chamados Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs). Após análise, a agência recomendou a manutenção da proibição, vigente desde 2009.

Entre os participantes, destacaram-se profissionais de saúde, associações médicas, órgãos governamentais e empresas do setor regulado. Os dados revelam que 61% dos profissionais de saúde avaliaram positivamente a proibição, enquanto 32% destacaram efeitos negativos.

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O ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto, enfatizou a importância de considerar diferentes opiniões e justificativas para a tomada de decisão. Ele pessoalmente defende a manutenção da proibição, alinhada com as evidências científicas que apontam os danos à saúde causados pelos cigarros eletrônicos.

Estudos têm demonstrado os riscos à saúde, incluindo danos cardíacos, respiratórios e neurológicos, além da dependência à nicotina, causados pelos cigarros eletrônicos. A médica Stella Martins, do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor, ressaltou que não há nível seguro de exposição às substâncias químicas presentes nesses dispositivos.

No entanto, as empresas do setor e alguns especialistas argumentam que os DEFs são uma alternativa menos nociva ao tabagismo tradicional. Essa discussão ocorre em meio à tramitação de um projeto de lei no Senado que propõe a regulamentação dos cigarros eletrônicos, o que poderia derrubar a proibição estabelecida pela Anvisa.

Enquanto a agência analisa as contribuições da sociedade, o debate sobre os cigarros eletrônicos continua a suscitar diferentes perspectivas e posições, refletindo a complexidade do tema e a necessidade de considerar cuidadosamente as evidências científicas e os interesses públicos envolvidos.

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