Morre Ziraldo, cartunista e o criador ‘O Menino Maluquinho’
A trajetória de Ziraldo, marcada por sua genialidade artística e comprometimento com a cultura brasileira, teve um impacto profundo na vida de milhões de leitores ao longo das décadas
Por: Tathyane Melo
Neste sábado (6), a notícia do falecimento do desenhista e escritor Ziraldo, aos 91 anos, entristeceu admiradores de sua obra em todo o Brasil. Ziraldo, reconhecido por suas contribuições marcantes para a literatura infantojuvenil, especialmente por meio de personagens icônicos como os de ‘O Menino Maluquinho‘ e ‘Turma do Pererê’, faleceu enquanto dormia em seu apartamento no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, por volta das 15h, conforme confirmado pela família.
A trajetória de Ziraldo, marcada por sua genialidade artística e comprometimento com a cultura brasileira, teve um impacto profundo na vida de milhões de leitores ao longo das décadas. Desde setembro de 2018, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), o renomado autor havia interrompido suas atividades de escrita e desenho. Seu estúdio, onde dedicou incríveis 70 anos de sua vida ao trabalho criativo, está sendo transformado no Instituto Ziraldo, como uma forma de preservar seu legado e disseminar sua obra para as futuras gerações.
Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 1932, Ziraldo Alves Pinto demonstrou sua paixão pela arte desde tenra idade, apresentando seu primeiro desenho aos 7 anos no jornal Folha de Minas. Em 1949, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a colaborar em diversas publicações voltadas para o público infantil. Além de desenhista e escritor, Ziraldo também se destacou como chargista, caricaturista e jornalista, sendo um dos fundadores do icônico jornal ‘O Pasquim’ nos anos 1960, veículo que desempenhou um papel fundamental na luta contra a ditadura militar no Brasil.
No entanto, foi por meio de suas obras literárias que Ziraldo conquistou o coração de crianças e adultos em todo o país. Seu maior sucesso, ‘O Menino Maluquinho’, lançado em 1980, tornou-se não apenas um fenômeno editorial, mas também um símbolo da infância de várias gerações. A história do menino traquina e suas aventuras cativaram leitores de todas as idades, deixando um legado na literatura nacional.
