Conheça 10 livros com protagonistas negras

Livros de aventura, ficção, drama e clássicos. Independente do gênero, estes livros não podem ser ignorados.

Postado em: 03-04-2023 às 17h12
Por: Maria Gabriela Pimenta
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Quantos livros com protagonistas negras você já leu? | Foto: iStock

Quantos livros com protagonistas negras você já leu? Você já parou para refletir o quão problemático é nunca termos nos atentado a isso? Quando fazemos essa análise e olhamos o ambiente com atenção, percebemos que não conhecemos e não temos livros com protagonistas negras em nossa estante.

Por isso, te aconselho a dar uma conferida nessa lista de livros com protagonistas negras para ampliarmos nossa percepção de mundo e fazermos disso uma prática diária em prol da representatividade.

1 – Lendários, Tracy Deonn

livros com protagonistas negras

Um dos livros mais aguardados do ano, Lendários é uma fantasia apaixonante que une magia, mistério e sociedades secretas, trazendo um novo olhar sobre as lendas do rei Arthur.

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Partir parecia a fuga perfeita para Bree Matthews. Na verdade, a única fuga possível. Após perder a mãe, tudo que a menina de dezesseis anos quer é se manter longe das lembranças e das palavras carregadas de ressentimento na última discussão que tiveram. Por isso, Bree decide entrar em um programa da Universidade da Carolina do Norte para estudantes de excelência acadêmica. Um novo começo, distante da pessoa que ela era antes de tudo desmoronar.

Mas então, em seu primeiro dia no novo lar, Bree vê um demônio, e essa descoberta aterrorizante a conduzirá até os Lendários, membros de uma ordem secreta formada por descendentes dos cavaleiros da Távola Redonda do rei Arthur, jovens responsáveis por caçar e destruir essas criaturas demoníacas e proteger a humanidade.

Aos poucos, entre memórias enevoadas, ela percebe que não é a primeira vez que se depara com os Lendários, e que esse reencontro pode não ser mera coincidência. Com a ajuda de Nick, um ex-membro que quer distância da Ordem, Bree se infiltra nesse mundo de magia, privilégios e segredos para descobrir o que realmente aconteceu em seu passado. Ela só não contava que precisaria lidar com a desconfiança de um feiticeiro misterioso e com uma verdade avassaladora: os Lendários não são os únicos com o dom da magia. Dentro de Bree há uma força ancestral que ela ainda não consegue entender, mas que pode ser decisiva quando Camlann, a guerra final entre magos e demônios, chegar. Resta a Bree decidir se usará essa força para se unir à luta da Ordem ou para destruí-la de vez.

Lendários é a estreia arrebatadora e premiada de Tracy Deonn, o primeiro volume de uma fantasia eletrizante e sensível sobre a jornada de uma jovem para entender a origem de suas dores e de seus poderes. Com uma narrativa poderosa e personagens marcantes, o livro figurou por semanas na lista de best-sellers do The New York Times, foi indicado ao Hugo Awards, um dos prêmios mais importantes de fantasia, e recebeu, entre outros, o Coretta Scott King-John Steptoe Award para Novos Talentos, concedido a livros jovens e adultos escritos por pessoas negras.

2 – Kindred: laços de sangue, Octavia E. Butler

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Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça.

Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida… até acontecer de novo. E de novo.

Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra ―, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.

3 – Ventos de mudança, Beverly Jenkins

O primeiro volume da série Mulheres Pioneiras acompanha a trajetória de uma professora preta vivendo no Sul dos Estados Unidos durante o período caótico que se segue à Guerra Civil.

A missão de Valinda Lacy na agitada e quente Nova Orleans é ajudar a comunidade de ex-escravizados a sobreviver e florescer através do estudo. Só que em pouco tempo ela descobre que, ali, a liberdade também pode ser sinônimo de perigo.

Quando bandidos supremacistas destroem a escola que ela montou e tentam atacá-la, Valinda corre para salvar sua vida e vai parar nos braços do heroico capitão Drake LeVeq.

Arquiteto nascido em uma família tradicional de Nova Orleans, Drake tem um profundo interesse pessoal na reconstrução da cidade. Criado por mulheres fortes, ele logo é conquistado pela determinação de Valinda. E não consegue parar de admirá-la – nem de desejá-la.

E quando o pai de Val exige que ela volte para casa, em outro estado, para se casar com um homem que ela não ama, seu espírito indomável atrairá Drake para uma disputa irresistível.

4 – O ódio que você semeia, Angie Thomas

1º lugar na lista do New York Times e com roteiro adaptado para filme, estrelado por Amandla Stenberg.

Dizem que a justiça é cega, e é isso que Starr está prestes a descobrir.

O ódio que você semeia conta uma história juvenil repleta de choques de realidade. É um livro contra o racismo em tempos tão cruéis e extremos.

Starr aprendeu com os pais, ainda muito nova, como uma pessoa negra deve se comportar na frente de um policial.

  • Não faça movimentos bruscos.
  • Deixe sempre as mãos à mostra.
  • Só fale quando te perguntarem algo.
  • Seja obediente.

Quando ela e seu amigo, Khalil, são parados por uma viatura, tudo o que Starr espera é que Khalil também conheça essas regras. Um movimento errado, uma suposição e os tiros disparam. De repente o amigo de infância da garota está no chão, coberto de sangue. Morto.

Não demora e a morte do amigo é manchete em todos os jornais. Alguns o chamam de bandido, outros de traficante, e que fazia parte de uma gangue. O julgamento ainda não ocorreu, mas não há quem não julgue ― no bairro, na escola, na TV. Protestos começam a tomar as ruas. Traficante? Negro. Bandido? Desarmado.

Em luto, indignada com a injustiça tão explícita que presenciou e vivendo em duas realidades tão distintas (durante o dia, estuda numa escola cara, com colegas brancos e muito ricos – no fim da aula, volta para seu bairro, periférico e negro, um gueto dominado pelas gangues e oprimido pela polícia), Starr precisa descobrir a sua voz. Precisa decidir o que fazer com o triste poder que recebeu ao ser a única testemunha de um crime que pode ter um desfecho tão injusto como seu início.

Acima de tudo Starr precisa fazer a coisa certa.

Angie Thomas, numa narrativa muito dinâmica, divertida, mas ainda assim, direta e firme, fala de racismo de uma forma nova para jovens leitores. O ódio que você semeia é um livro que não se pode ignorar.

5 – Se a rua Beale falasse, James Baldwin

Lançado em 1974, o quinto romance de James Baldwin narra os esforços de Tish para provar a inocência de Fonny, seu noivo, preso injustamente.

Tish tem dezenove anos quando descobre que está grávida de Fonny, de 22. A sólida história de amor dos dois é interrompida bruscamente quando o rapaz é acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, embora não haja nenhuma prova que o incrimine. Convicta da honestidade do noivo, Tish mobiliza sua família e advogados na tentativa de libertá-lo da prisão.

Se a rua Beale falasse é um romance comovente que tem o Harlem da década de 1970 como pano de fundo. Ao revelar as incertezas do futuro, a trama joga luz sobre o desespero, a tristeza e a esperança trazidos a reboque de uma sentença anunciada em um país onde a discriminação racial está profundamente arraigada no cotidiano.

6 – O sol também é uma estrela, Nicola Yoon

Natasha: Sou uma garota que acredita na ciência e nos fatos. Não acredito na sorte. Nem no destino. Muito menos em sonhos que nunca se tornarão realidade. Não sou o tipo de garota que se apaixona perdidamente por um garoto bonito que encontra numa rua movimentada de Nova York. Não quando minha família está a 12 horas de ser deportada para a Jamaica. Apaixonar-me por ele não pode ser a minha história.

Daniel: Sou um bom filho e um bom aluno. Sempre estive à altura das grandes expectativas dos meus pais. Nunca me permiti ser o poeta. Nem o sonhador. Mas, quando a vi, esqueci de tudo isso. Há alguma coisa em Natasha que me faz pensar que o destino tem algo extraordinário reservado para nós dois.

O Universo: Cada momento de nossas vidas nos trouxe a este instante único. Há um milhão de futuros diante de nós. Qual deles se tornará realidade?

7 – Filhos de sangue e osso, Tomi Adeyemi

50 SEMANAS NA LISTA DE BESTSELLERS DO THE NEW YORK TIMES

Queimadores geravam chamas. Mareadores formavam ondas, e a mãe de Zélie, ceifadora, invocava almas. Mas tudo mudou quando a magia desapareceu. Por ordens de um rei cruel, os maji viraram alvo e foram mortos, deixando Zélie sem a mãe e as pessoas sem esperança. Agora Zélie tem uma chance de trazer a magia de volta e atacar a monarquia.

Com a ajuda de uma princesa fugitiva, Zélie deve despistar e se livrar do príncipe, que está determinado a erradicar a magia de uma vez por todas. O perigo espreita em Orïsha, onde leopanários-das-neves rondam e espíritos vingativos aguardam nas águas. Apesar disso, a maior ameaça para Zélie pode ser ela mesma, enquanto se esforça para controlar seus poderes ― e seu coração.

Filhos de sangue e osso é o primeiro livro da trilogia de fantasia baseada na cultura iorubá O legado de Orïsha.

8 – Minha irmã, a serial killer – Oyinkan Braithwaite

Em Minha irmã, a serial killer, a nigeriana Oyinkan Braithwaite conta uma história ao mesmo tempo bem-humorada e assustadora sobre duas irmãs com temperamentos e atitudes bem diferentes uma da outra: Korede e Ayoola.

Korede é amargurada, mas pragmática. Sua irmã mais nova, Ayoola, é a filha favorita, a mais bonita, e, possivelmente, com sérios distúrbios comportamentais. Seus três últimos namorados aparecem mortos. As duas irmãs desempenham papeis inusitados nessa trama de suspense e relações emocionais complexas.

Oyn conduz a trama desse thriller psicológico com maestria que surpreende e encanta o leitor a cada página. Conta uma história cheia de suspense e mistério, com humor peculiar e ácido, sem deixar de lado a complexidade da mente de uma sociopata.

9 – Goma de Mascar, Helena Luz

Quando foi intimada a cancelar sua saída com as amigas para conhecer a família do novo namorado de Rebeca, sua irmã, Melanie jamais poderia imaginar que encontraria a pessoa capaz de virar sua vida de cabeça para baixo no melhor e nos piores sentidos possíveis.

A tarde que esperava ser desastrosa, ao fim se tornou uma das mais memoráveis de sua vida graças a Vinícius, o irmão de seu cunhado. Foi uma surpresa perceber que eles compartilhavam dos mesmos humores, interesses e sonhos. Sendo assim, inevitável que ele viesse a se tornar um dos seus melhores amigos.

O tempo passou, sua irmã casou, a família ganhou um novo membro e sua amizade com Vinícius se deteriorou, tornando seus encontros uma tormenta impossível de transpassar desarmada.

Para infelicidade geral dos outros membros da família, nenhum dos adolescentes conseguiam ser pacíficos em suas desavenças, sempre trocando farpas, indiretas e tirando a tranquilidade de todos ao redor.

Cansada de ter seus almoços familiares transformados numa zona de guerra, Rebeca encontra o castigo perfeito e os sentencia a organizarem a festa do 1° aniversário de Sofia, sua filha.

Agora Melanie e Vinícius devem aprender a deixar suas questões de lado e dialogar. Mas, em meio a tantas brigas, será que isso ainda é possível?

10 – Cinderela está morta, Kalynn Bayron

Cinderela está morta há duzentos anos, e o conto de fadas acabou. Em um reino onde as mulheres são vistas como objetos, uma menina vai contrariar tudo e a todos para poder ter a escolha de amar livremente e decidir o próprio destino.

Dois séculos após Cinderela ter encontrado o seu Príncipe Encantado, a magia parece ter abandonado o reino de Mersailles. Cinderela e a fada madrinha não passam de lendas, e o reino está há décadas sob o controle de reis tirânicos. Ao completar dezesseis anos, todas as jovens são obrigadas a participar do Baile Anual, onde os homens do reino vão para escolher jovens esposas. Não ser escolhida é uma sentença de ruína tanto para a garota quanto para a sua família.

Sophia está se preparando para seu primeiro baile, mas o que realmente deseja é se casar com Erin, sua melhor amiga. No dia do baile, Sophia toma a decisão desesperada de fugir, indo parar no mausoléu da Cinderela. Lá, ela encontrará uma aliada inesperada, alguém com respostas para os mistérios envolvendo as lendas que giram em torno da mítica história da Cinderela. Juntas, elas vão enfrentar a tirania opressora do rei e de uma sociedade patriarcal que impede que as pessoas sejam livres.

Cinderela está morta é uma versão moderna e feminista do clássico conto de fadas. Com uma protagonista negra e LGBTQ+, vai fazer os leitores questionarem as histórias que conhecem tão bem, e torcer para as garotas que têm a coragem e força de quebrar as barreiras de um mundo que insiste em tentar dizer quem elas deveriam ser e quem deveriam amar.

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