“Megaflorestas” revela a urgência de preservar áreas naturais em meio ao cenário crítico das mudanças climáticas

Autores alertam para o risco da "miopia de carbono" e destacam a importância de considerar a preservação de espécies na agenda climática.

Postado em: 29-11-2023 às 21h34
Por: Luana Avelar
Imagem Ilustrando a Notícia: “Megaflorestas” revela a urgência de preservar áreas naturais em meio ao cenário crítico das mudanças climáticas
Explorando a trajetória do Brasil, o livro aponta desafios contemporâneos, como o aumento do desmatamento sob a administração Bolsonaro. | Foto: Editora Voo

Às vésperas da COP28 em Dubai, o livro “Megaflorestas” emerge como uma voz urgente, destacando o papel crítico das florestas na regulação climática. Os autores, John W. Reid e Thomas E. Lovejoy, enfatizam que as florestas são um antídoto ao aquecimento global, absorvendo emissões de CO2, apesar das ameaças constantes.

A obra, resultado da meticulosa coleta de dados em megaflorestas ao redor do mundo, concentra-se em regiões como a Taiga russa, a Amazônia e a Nova Guiné. Essas áreas, descrevem os autores, representam a fronteira biológica mais selvagem do planeta, essencial para a diversidade global.

A Amazônia sul-americana, lar de 20% da água fluvial do mundo, enfrenta ameaças. Entre 2000 e 2016, 10% das megaflorestas globais foram perdidas, sendo a Amazônia particularmente afetada por desmatamento impulsionado por agronegócio e estradas. O livro destaca a responsabilidade do Brasil, apontando para a necessidade de políticas públicas eficazes, fiscalização e proteção de áreas naturais.

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Reid e Lovejoy alertam para o risco da “miopia de carbono” nas discussões climáticas, enfatizando que a preservação de espécies é tão crucial quanto considerações econômicas. A obra aborda a importância das comunidades indígenas, responsáveis por 36% das florestas intactas, e destaca personagens como Beto Marubo e o indigenista Sydney Possuelo.

O livro explora a trajetória do Brasil na preservação, destacando a redução de 80% do desmatamento entre 2000 e 2012. No entanto, ressalta desafios, como o aumento do desmatamento sob a administração Bolsonaro. A discussão sobre o mecanismo REDD+ é aprofundada, apontando para a necessidade de encontrar um preço justo para incentivar a preservação florestal.

Ao abordar o desmatamento no Brasil e a perda de ecossistemas, o livro questiona a eficácia do reflorestamento diante de secas frequentes. Destaca a proposta de reabilitar pastagens degradadas como alternativa, visando interromper a expansão agrícola predatória. A obra conclui, chamando a atenção para a urgência de mudar a relação entre economia e ecologia para garantir o futuro das megaflorestas.

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