Apague a luz se for preciso: A narrativa entre Brasília e Pirenópolis
O aparente simples falecimento de um casal idoso nas terras de Goiás se revela como ponto de partida para uma intrigante investigação.
Por: Luana Avelar
Fabiane Guimarães nos presenteia com uma narrativa envolvente em seu livro “Apague a Luz Se For Chorar”. A trama se desenrola entre Brasília e Pirenópolis, apresentando os destinos entrelaçados de Cecília e João.
O retorno de Cecília à sua cidade natal após a morte dos pais e a jornada de João, um pai solteiro buscando recursos para o tratamento do filho com paralisia cerebral, formam os pilares da história.
A alternância de capítulos entre os protagonistas proporciona uma dinâmica única à narrativa, mantendo o leitor cativado ao longo das 176 páginas. O aparente simples falecimento de um casal idoso nas terras de Goiás se revela como ponto de partida para uma intrigante investigação, desafiando expectativas.
A trama de Cecília aborda questões complexas, desde o luto até reflexões sobre moralidade. O livro se destaca ao humanizar os pais da protagonista, fugindo dos estereótipos comuns na ficção. A autora explora a desconstrução da romantização dos pais, revelando sua humanidade.
A história de João, em contraste, oferece uma perspectiva oposta. Sua busca desesperada por recursos destaca as complexidades da paternidade e os sacrifícios em nome do bem-estar do filho. A construção do personagem João é marcada por momentos de empatia e frustração, revelando nuances da experiência paterna.
À medida que as duas narrativas se entrelaçam, a trama se desenvolve de maneira inesperada. A conclusão do livro surpreende, demonstrando a habilidade da autora em guiar os leitores por caminhos imprevisíveis. “Apague a Luz Se For Chorar” se destaca como uma obra que vai além das expectativas, proporcionando uma leitura envolvente e reflexiva.