10 livros para quem ama ou quer mergulhar na literatura brasileira!

Um autor clássico, uma obra clássica.

Postado em: 22-01-2024 às 20h03
Por: Maria Gabriela Pimenta
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Um autor, um livro | Foto: iStock

Esta é uma lista de indicações muito valiosa para quem está em busca de um guia essencial de obras clássicas da literatura brasileira.

Conheça os autores:

  • Reconhecido como o maior escritor da literatura brasileira do século XIX, Machado de Assis deixou um legado inigualável. Sua maestria na construção narrativa, o uso refinado da ironia e as análises perspicazes da sociedade o transformaram em um clássico.
  • Drummond é uma figura central na poesia brasileira do século XX. Sua obra, marcada por uma reflexão existencial profunda e uma linguagem acessível, ressoa com leitores de todas as idades.
  • Com “Grande Sertão: Veredas”, Guimarães Rosa elevou a literatura brasileira a novas alturas. Sua linguagem inovadora e a profundidade filosófica presente nessa obra-prima desafiam e cativam leitores.
  • Considerada uma das vozes mais singulares da literatura brasileira, Clarice Lispector impactou com sua prosa introspectiva e filosófica.
  • Reconhecido por suas obras humorísticas e crônicas, Luis Fernando Verissimo é um mestre em capturar a essência do cotidiano brasileiro.
  • Autor de “Vidas Secas”, Graciliano Ramos deixou uma marca indelével na literatura brasileira ao explorar a vida difícil no sertão nordestino.
  • Jorge Amado, um dos mais célebres escritores brasileiros do século XX, é conhecido por suas obras que capturam a essência da cultura nordestina.
  • Mário de Andrade foi um dos principais líderes do movimento modernista no Brasil, e sua contribuição para a literatura é inestimável.
  • Suassuna não apenas encanta os leitores com sua narrativa cativante, mas também oferece uma perspectiva única sobre as tradições regionais do Brasil, tornando sua obra essencial para quem busca uma conexão autêntica com a riqueza cultural do país.
  • José de Alencar, figura central do romantismo brasileiro, é conhecido por suas obras que exploram as complexidades das relações sociais e românticas. A sua maestria na construção de personagens e na análise crítica da época o torna um autor fundamental para quem deseja compreender as nuances históricas e emocionais da literatura brasileira.

Este é só o pontapé inicial. Pode ter certeza de que os clássicos nacionais te encantarão!

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1 – Dom Casmurro, Machado de Assis

Em Dom Casmurro, o narrador Bento Santiago retoma a infância que passou na Rua de Matacavalos e conta a história do amor e das desventuras que viveu com Capitu, uma das personagens mais enigmáticas e intrigantes da literatura brasileira.
Nas páginas deste romance, encontra-se a versão de um homem perturbado pelo ciúme, que revela aos poucos sua psicologia complexa e enreda o leitor em sua narrativa ambígua acerca do acontecimento ou não do adultério da mulher com olhos de ressaca, uma das maiores polêmicas da literatura brasileira.

2 – Sentimento do Mundo, Carlos Drummond de Andrade

Este livro é uma coletânea de poemas que reflete as inquietações do autor diante das questões sociais, políticas e existenciais de sua época. A obra é considerada um marco na poesia moderna brasileira e captura a sensibilidade do autor diante das transformações do mundo.

Sentimento do mundo, publicado em 1940, quando Carlos Drummond de Andrade tinha 38 anos, é seu terceiro livro de poemas, mas o primeiro escrito após a mudança para o Rio de Janeiro, então capital do país. O poema-título, que abre o volume, registra a abertura do poeta para uma visão mais ampla da humanidade. No conjunto de poemas aqui reunidos, há também uma atitude política mais participativa e empenhada (mesmo que ciente de seus limites) na transformação da realidade.

Os poemas sociais de Sentimento do mundo são alguns dos melhores já produzidos em nossa literatura. “O operário no mar”, “Os ombros suportam o mundo”, “Mundo grande” e a “Noite dissolve os homens”, entre outros, são exemplos de uma literatura engajada na qual, como escreveu o crítico Antonio Candido, referindo-se ao posicionamento político de Drummond na época, a “adesão ao socialismo e a negação do sistema capitalista” se fazem “em chave de lirismo, como alguma coisa que vem de dentro e existe antes de mais nada enquanto modo de ser”.

Esta nova amplitude, embora represente uma inflexão na obra de Drummond, não elimina, é claro, as fortes ligações que tinha com Minas Gerais e sua cidade natal. Os dois planos convivem, de forma mais ou menos tensa, ao longo do livro. Essa conexão decisiva com as origens fica evidente, por exemplo, no poema “Confidência do itabirano”: “Alguns anos vivi em Itabira. / Principalmente nasci em Itabira. / Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.”

3 – Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa

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“Grande Sertão: Veredas” é elogiado por sua linguagem inovadora, rica em neologismos e regionalismos, e por sua profundidade filosófica. A narrativa é complexa e desafia o leitor, mas muitos consideram a experiência de leitura enriquecedora. A obra de Guimarães Rosa é única e singular, e “Grande Sertão: Veredas” representa uma escolha emblemática para quem deseja explorar a genialidade desse autor.

Publicado originalmente em 1956, Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, revolucionou o cânone brasileiro e segue despertando o interesse de renovadas gerações de leitores. Ao atribuir ao sertão mineiro sua dimensão universal, a obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria.

4 – A Hora da Estrela, Clarice Lispector

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O romance explora questões de identidade, solidão e a condição humana de uma maneira profunda e sensível. A linguagem única de Clarice Lispector e sua capacidade de explorar a complexidade psicológica dos personagens tornam esta obra uma leitura cativante e enriquecedora.

A nordestina Macabéa, a protagonista de A hora da estrela, é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega de trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera.

5 – Comédias para se Ler na Escola, Luis Fernando Verissimo

“Comédias para se Ler na Escola” é uma coletânea de contos que aborda temas variados com o humor característico de Verissimo. As histórias muitas vezes satirizam aspectos da sociedade brasileira e oferecem uma perspectiva única sobre a vida cotidiana. A linguagem leve e o senso de humor afiado do autor tornam essa obra uma leitura agradável e divertida.

6 – Vidas Secas, Graciliano Ramos

Publicado em 1938, este é um dos romances mais significativos da literatura brasileira do século XX. “Vidas Secas” aborda a vida difícil e árida de uma família de retirantes no sertão nordestino. A obra retrata as adversidades enfrentadas pelos personagens em meio à seca e à pobreza, explorando temas como a luta pela sobrevivência, a desigualdade social e a falta de perspectivas. A linguagem direta e o realismo de Graciliano Ramos contribuem para a intensidade emocional e impacto da narrativa.

Lançado originalmente em 1938, Vidas secas retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. O pai, Fabiano, caminha pela paisagem árida da caatinga do Nordeste brasileiro com a sua mulher, Sinha Vitória, e os dois filhos, que não têm nome, sendo chamados apenas de “filho mais velho” e “filho mais novo”. São também acompanhados pela cachorrinha da família, Baleia, cujo nome é irônico, pois a falta de comida a fez muito magra.

7 – Gabriela, Cravo e Canela, Jorge Amado

“Gabriela, Cravo e Canela” é ambientado na cidade fictícia de Ilhéus, na Bahia, e conta a história de Gabriela, uma mulher irresistivelmente bela e sensual. A trama aborda questões sociais, culturais e políticas da época, utilizando-se de um estilo narrativo envolvente e característico de Jorge Amado. A obra destaca-se pela riqueza de personagens, a descrição do ambiente nordestino e a crítica social, sendo uma leitura prazerosa e ao mesmo tempo reflexiva.

Em meados da década de 1920, Ilhéus se debate entre o impulso transformador próprio das cidades crescentes e a força conservadora dos coronéis do cacau, que ainda dominam a economia e a política da região. De um lado, os que querem o progresso da cidade; de outro, os que resistem às novidades vindas de fora e aos costumes modernos.
É nesse contexto de luta pelo poder que se desenvolve o singular romance entre o taberneiro Nacib, de origem síria, e Gabriela, recém-chegada do sertão para tentar vida melhor nas terras grapiúnas.
Sensual e inocente, sábia e pueril, a cozinheira Gabriela conquista não apenas o coração de Nacib e de uma porção de ilheuenses, mas também os de leitores de vários países e gerações. Levada para a televisão, sua história se transformou numa das novelas brasileiras de maior sucesso pelo mundo afora. Exaltado por Jean-Paul Sartre como exemplo de romance popular, Gabriela, cravo e canela, escrito em 1958, é um dos livros mais ricos de Jorge Amado, enraizando o debate de questões morais universais no solo muito concreto da economia cacaueira em transformação.

8 – Macunaíma, Mário de Andrade

“Macunaíma” é uma narrativa que mistura elementos folclóricos, mitológicos e satíricos para contar a história do herói sem caráter, Macunaíma, em sua jornada pelo Brasil. A obra destaca-se pela linguagem inovadora, pela experimentação estilística e pela abordagem crítica da identidade nacional.

Ao ler “Macunaíma”, você terá a oportunidade de explorar a genialidade literária de Mário de Andrade, sua contribuição para a renovação estética na literatura brasileira e a reflexão profunda sobre a cultura e a identidade do país.

9 – O Auto da Compadecida, Ariano Suassuna

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“O Auto da Compadecida” é uma comédia que mescla elementos da tradição popular nordestina, como o cordel e as manifestações folclóricas, com uma crítica social aguçada. A trama gira em torno de João Grilo e Chicó, dois personagens espertos que buscam sobreviver em um ambiente difícil, enquanto interagem com figuras mitológicas, religiosas e sociais.

É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna.

Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas.

Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste.

Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.

10 – Senhora, José de Alencar

“Senhora” é uma narrativa que aborda questões sociais e românticas, centrando-se na história de Aurélia Camargo, uma mulher forte e determinada que busca vingança após ser desprezada por seu noivo. A trama explora temas como o papel da mulher na sociedade, o poder econômico e as relações sociais do século XIX no Brasil.

Obra da fase urbana de José de Alencar, considerado o mestre do romantismo o brasileiro, Senhora revela as convenções da sociedade burguesa carioca do século XIX. Pelos desencontros amorosos de Aurélia Camargo, Fernanda Seixas e Adelaide Amaral, o autor traça um painel da vida da corte e critica os costumes da época, como casamento por interesse e arrivismo social.

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