FBI inocenta Hillary na véspera da eleição

Polícia dá como encerradas as investigação sobre e-mails; Donald Trump critica decisão

Postado em: 08-11-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Polícia dá como encerradas as investigação sobre e-mails; Donald Trump critica decisão

O FBI – a polícia federal norte-americana – informou ao Congresso dos Estados Unidos que examinou todas as mensagens de e-mails de Hillary Clinton e concluiu que não foram encontrados e-mails confidenciais sobre o governo durante o período em que ela foi secretária de Estado dos Estados Unidos, de 2009 a 2013. A denúncia abalou seriamente a campanha de Hillary Clinton, candidata do Partido Democrata nas eleições para presidente dos Estados Unidos, que ocorrem hoje.
O diretor do FBI, James Comey, disse que os e-mails, que fazem parte de um lote recentemente descoberto e anunciado há oito dias e que não estavam incluídos na relação inicial de mensagens investigadas, eram textos pessoais que não estavam relacionados a negócios governamentais no tempo em que Hillary Clinton era secretária de Estado. Uma relação inicial de e-mails tinha sido investigada pelo FBI. Essa investigação, concluída em julho, também não atribuiu nenhuma culpa a Hillary Clinton.
Em resposta à manifestação do FBI, o candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, disse que duvida de que a agência de investigação tenha concluído o exame de todas as mensagens em apenas oito dias. “Não se pode examinar 650 mil novos e-mails em oito dias”, disse Trump, na cidade de Sterling Heights, subúrbio de Detroit, estado de Michigan, onde fez campanha.
O diretor do FBI, James B. Comey, disse – em carta encaminhada ao Congresso norte-americano – que os investigadores trabalharam “o tempo todo” para rever os e-mails de Hillary. Os pesquisadores descobriram que os e-mails eram duplicados de correspondências revisadas anteriormente ou eram e-mails pessoais que não pertenciam a negócios do Departamento de Estado.
Os e-mails estavam em um computador usado pelo ex-congressista Anthony Weiner, ex-marido de Huma Abedin, que é assessora de Hillary Clinton. O computador foi apreendido durante uma investigação do FBI sobre o ex-parlamentar. No final de outubro, Comey disse que alguns dos e-mails no computador, enviados ou recebidos por Abedin, poderiam ser “pertinentes” a uma investigação do FBI sobre Hillary.

Inocente
Com isso, a um dia da eleição para a presidência dos Estados Unidos, a candidata do Partido Democrata não é acusada de nenhum crime relacionado ao uso de mensagens oficiais em seu computador particular. A informação do FBI reafirma uma declaração, dada pelo mesmo órgão, em julho deste ano, de que – após um ano de investigação – os investigadores não encontram nenhuma evidência de que Hillary Clinton tenha recebido ou enviado informações secretas ou confidenciais de seu servidor privado.
Com esse esclarecimento, o FBI coloca um fim nas especulações sobre um possível crime relacionado à quebra de sigilo de mensagens oficiais durante o período em que esteve no governo. O porta-voz de Hillary Clinton, Brian Fallon, disse que a campanha da candidata democrata nunca duvidou de que a segunda investigação iria ter a mesma conclusão da primeira. “Estávamos sempre confiantes de que nada faria com que a decisão de julho fosse reformada”, disse Fallon no Twitter.
Comey recebeu pesadas críticas de parlamentares e da imprensa por sua decisão de levar ao Congresso encaminhamento para examinar os e-mails de Hillary Clinton tão perto das eleições. Em um editorial do Washington Post, o ex-procurador-geral Eric Holder disse que Comey rompeu com a política da agência de investigações de não adotar ações drásticas como essa em período eleitoral.
Holder foi um dos 100 ex-funcionários do Departamento de Justiça que assinaram uma carta aberta dizendo que o documento de Comey ao Congresso era inconsistente com a política governamental predominante, porque quebrou as práticas de longa data do FBI.

EI sugere atentados durante a escolha do presidente dos EUA
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) convocou jihadistas e “ratos solitários” para que cometam atentados terroristas nos Estados Unidos durante as eleições presidenciais, que ocorrem hoje.
De acordo com a especialista norte-americana em contraterrorismo Rita Katz, da agência Site, o Estado Islâmico deu orientações para ataques a fim de tumultar o processo eleitoral e conquistar a atenção da imprensa, em um momento em que está encurralado por forças militares e pela coalizão internacional na operação contra a capital do califado, Mossul.
A sugestão de atentados foi feita em um texto divulgado ontem em seus canais e redes sociais, no qual também pede para os muçulmanos não irem votar no pleito à Casa Branca, que tem como candidatos a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump. No documento, o EI diz que não há diferença entre o Partido Democrata e o Republicano em relação à “política com os muçulmanos”.
No entanto, durante sua campanha eleitoral, o magnata Donald Trump fez duras críticas à comunidade muçulmana, ameaçando expulsar todos que vivem nos Estados Unidos, além de banir a entrada de islâmicos no país. Já Hillary preferiu manter a linha moderada.

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