Restrições migratórias são questionadas

Depois dos protestos contra as medidas do presidente Donald Trump, ONU e UA criticam decisão do governo

Postado em: 31-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Depois dos protestos contra as medidas do presidente Donald Trump, ONU e UA criticam decisão do governo

Após um fim de semana de protestos contra as medidas migratórias adotadas pelo presidente Donald Trump, países, entidades e organismos internacionais criticaram o veto à entrada, nos Estados Unidos, de refugiados de países muçulmanos na África e no Oriente Médio.

As Nações Unidas (ONU) e a União Africana (UA) condenaram a decisão de Trump. Além disso, alguns países já estudam adotar restrições para cidadãos norte-americanos.

A presidente da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, disse ontem (30) que o mesmo país que tornou “escravos muitos africanos” decidiu agora proibir a entrada de refugiados provenientes do continente.

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Durante uma reunião do organismo, Dlamini-Zuma disse que a decisão norte-americana é um dos “maiores desafios à unidade e à solidariedade”.

No sábado (28) a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) enviaram uma declaração conjunta pedindo que Donald Trump acolha os refugiados.

Repercussão

Depois de os Estados Unidos adotarem medidas restritivas para entrada de cidadãos de sete países (Síria, Líbia, Sudão, Irão, Somália, Iêmen e Iraque), os governos locais estudam como reagir à decisão norte-americana.

O parlamento iraquiano pediu ao governo que adote o princípio da reciprocidade. Dessa forma, os deputados pediram ao governo que proíba a entrada de norte-americanos no país.

Apoio a Trump

O presidente Trump respondeu às críticas e manifestações ocorridas no fim de semana alegando que a restrição não foi direcionada aos muçulmanos, mas aos sete países classificados como origem de terroristas na administração de Barack Obama.

Em nota, ele garantiu que os vistos voltarão a ser liberados em 90 dias, mas que a suspensão é necessária para a revisão da política migratória.

Trump escreveu vários posts no Twitter defendendo as medidas como necessárias para “fazer a América segura novamente”. 

Apesar dos protestos em aeroportos e em vários centros urbanos, milhares de norte-americanos apoiam as medidas de Trump, sobretudo nos estados do centro-sul do país, como a Georgia, e a Flórida.

Outra medida polêmica em estudo é a publicação de uma lista semanal com os nomes de imigrantes que cometerem crimes no país. (Agência Brasil) 

 Empresas ajudarão imigrantes nos EUA

Grandes empresas dos Estados Unidos – como Starbucks, Google, Uber e Airbnb – decidiram adotar políticas de apoio a imigrantes. O tema ganhou destaque recentemente após a polêmica decisão do presidente Donald Trump de suspender a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos nos EUA por pelo menos 90 dias. As informações são da Agência ANSA.

A famosa cadeia de cafeterias Starbucks afirmou que empregará 10 mil refugiados em suas lojas em todo o mundo e dará preferência, nos EUA, a imigrantes que serviram às Forças Armadas do país. “Existem mais de 65 milhões de cidadãos do mundo reconhecidos como refugiados pelas Nações Unidas e nós estamos desenvolvendo planos de contratar 10 mil deles em 75 países onde a Starbucks faz negócios”, afirmou o CEO da companhia, Howard Schultz.

“Nós somos todos obrigados a assegurar que nossos políticos eleitos nos ouçam individualmente e coletivamente. A Starbucks está fazendo a sua parte”, disse Schultz, que ressaltou que fará seu melhor para que a empresa e seus funcionários não sejam afetados por outras medidas de Trump, como o aumento de impostos sobre produtos mexicanos.

A gigante Google também se mostrou indignada com as restrições apresentadas pelo mandatário republicano e anunciou que criou um fundo de US$ 4 milhões – dos quais US$ 2 milhões são oriundos de doações de funcionários da empresa –  destinado a quatro organizações que lidam com imigrantes: a American Civil Liberties Union, a Immigrant Legal Resource Center, o International Rescue Comittee e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

Em um comunicado aos funcionários, o CEO da companhia, Sundar Pichai, afirmou que altos executivos da Google também farão doações para o fundo. Além disso, Pichai pediu na sexta-feira (27) que todos os funcionários da empresa que possam ser afetados pelas medidas de Trump voltem imediatamente para os EUA e contatem a empresa para receber ajuda. Segundo o CEO, mais de 100 funcionários são atingidos pelo decreto do presidente norte-americano. 

Já o Uber disse que criará um fundo de defesa legal de US$ 3 milhões para ajudar seus motoristas afetados por medidas de Trump relacionadas à imigração. (Abr)

  

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