Itamaraty vê com preocupação escalada do conflito militar na Síria

O Itamaraty também reiterou “sua consternação com as notícias de emprego de armas químicas no conflito sírio”

Postado em: 07-04-2017 às 16h50
Por: Toni Nascimento
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O Itamaraty também reiterou “sua consternação com as notícias de emprego de armas químicas no conflito sírio”

O Ministério de Relações Exteriores manifestou hoje (7)
“preocupação” com a escalada do conflito militar na Síria, após os bombardeios
norte-americanos a uma base aérea no país na noite de ontem (6). Em nota
divulgada à imprensa, o Itamaraty também reiterou “sua consternação com as
notícias de emprego de armas químicas no conflito sírio” e cobrou investigações
que apontem os responsáveis pelo uso desse tipo de armamento, além das devidas
punições.

“A solução para o conflito sírio requer diálogo efetivo e
pleno respeito ao direito internacional. Nesse contexto, renovamos o apoio às
tratativas conduzidas em Genebra sob a égide das Nações Unidas e com base nas
resoluções do Conselho de Segurança”, diz o texto.

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O Itamaraty informou ainda que tem mantido contato com a
comunidade brasileira na Síria e que não há registro de brasileiros entre as
vítimas do ataque.

Repercussões

Senadores que compõem a Comissão de Relações Exteriores
(CRE) do Senado também se manifestaram a respeito dos bombardeios. O líder da
minoria, senador Humberto Costa (PT-PE), criticou a ação do presidente Donald
Trump. Para ele, não há ainda provas de que o ataque com armas químicas tenha
partido do governo sírio. “E uma decisão de retaliar, de atacar um outro país,
especialmente nas suas Forças Armadas, é um ato que exige absoluta certeza de
quem partiu aquela ação inicial que gera a retaliação. Não há ainda uma
confirmação definitiva, que poderia ser feita pela Organização das Nações Unidas”,
disse.

Ele ressaltou ainda que a decisão foi tomada sem a aprovação
do Congresso Nacional  dos Estados
Unidos, “demonstrando que o presidente Trump não pretende cumprir
adequadamente, não somente a legislação internacional, mas também a legislação
norte-americana. Esse é um precedente muito grave, principalmente para alguém
que tem sempre impulsos muito agressivos, como é o presidente Trump”, concluiu
o senador brasileiro.

Já o presidente nacional do DEM, também integrante da CRE,
senador José Agripino Maia (RN), o que acontece na Síria “é uma tragédia
mundial”. Para ele, a investida norte-americana “vai transformar o que era um
fato internacional sob controle, num fato que pode perder o controle no âmbito
internacional”.

O senador ressaltou que o ato vai exigir tomadas de posições
por parte de outras potências mundiais e também de atores que tenham condição
de “fazer opinião no mundo”, o que segundo ele é o caso do Brasil. “A Comissão
de Relações Exteriores precisará adotar com brevidade uma reunião para debater
o assunto e para tomar uma posição em nome da paz e em nome do equilíbrio do
mundo inteiro, que neste momento vê com inquietação o caso da Síria e com
inquietação maior ainda o ataque dos Estados Unidos ao território Sírio”,
disse.

Para o líder do PSDB, senador Paulo Baeur (SC), a ação dos
Estados Unidos foi “forte, que impacta, que coloca o mundo civilizado e o mundo
que deseja a paz de prontidão”. Ele demonstrou preocupação com o fato de que,
embora alguns países declarem apoio à ação norte-americana – como foi o caso da
França e da Alemanha –, outros deram manifestação contrária por serem aliados
da Síria – caso da Rússia.

“Nós brasileiros, que somos de um país de paz e que promove
a paz, desejamos que este fato tenha sido apenas um alerta para que o governo
Sírio decida-se de uma vez por todas sobre o que fazer e como fazer para que
aquele país tenha democracia. Nós temos que aguardar um pouco, mas vamos torcer
para que a paz seja alcançada na sua totalidade”, disse.

(Agência Brasil) 

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