Planos para recuperar a política e gerar empregos

As primeiras tarefas novo presidente da França, Emmanuel Macron, visam fortalecer a economia do país

Postado em: 09-05-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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As primeiras tarefas novo presidente da França, Emmanuel Macron, visam fortalecer a economia do país

Recuperar a política francesa, que ficou manchada nos últimos meses por escândalos de corrupção, e reformar o mercado de trabalho para gerar empregos, a principal preocupação dos franceses, são as primeiras tarefas que o novo presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu enfrentar. A informação é da Agência EFE.

O social liberal, que substituirá o socialista François Hollande no próximo fim de semana, anunciou um plano de medidas de choque assim que chegar ao Palácio do Eliseu, que serão submetidas à aprovação nos próximos meses e, em muitos casos, por decreto, o que lhe permitirá reduzir os trâmites parlamentares.

As eleições legislativas de junho, que renovarão a Assembleia Nacional, indicarão o poder real com o qual contará o novo chefe de Estado que, caso não consiga uma maioria suficiente, terá que negociar com outros grupos.

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Como disse Macron à Agência EFE em uma entrevista recente, “o primeiro texto que será apresentado tratará sobre a moralização e a renovação da vida política” na França, devido à proliferação de casos de corrupção.

O combate à corrupção foi a arma do candidato para resistir a dois de seus principais rivais, o conservador François Fillon e Marine Le Pen, da extrema direita, ambos investigados por supostos casos de má utilização de recursos públicos por meio de empregos fictícios de assistentes parlamentares.

Mas o ponto mais delicado com o qual o novo presidente terá que lidar é a reforma trabalhista. Macron disse que a reforma aprovada por seu antecessor no ano passado “segue em um bom caminho”, mas “é insuficiente”, o que dá a entender que seu texto não deverá agradar os sindicatos mais combativos.

Essas centrais levaram às ruas milhares de manifestantes contra o texto de Hollande, batizado como “lei El Khomri” (pelo nome da ministra do Emprego), então é esperado que as mesmas não deem trégua à reforma que será proposta pelo novo presidente.

Seu principal objetivo é permitir que as condições trabalhistas, em particular a jornada de trabalho, sejam negociadas em cada empresa ou em nível setorial para as pequenas e médias empresas, deixando assim de lado os convênios coletivos, uma ideia que os sindicatos consideram que coloca todo o poder nas mãos das entidades patronais do país.

Para resistir a esse efeito, Macron prometeu um enorme incentivo à formação profissional dos desempregados e dos jovens (seu plano prevê 15 bilhões de euros) e o fortalecimento do seguro desemprego, que será ampliado também aos autônomos. (Agência Brasil) 

Presidente eleito muda nome do “En Marche” 

O presidente eleito da França, Emmanuel Macron, deixou ontem a liderança do movimento fundado por ele há um ano, o En Marche! [Em Marcha!], que mudará o nome para República Em Marcha para as eleições legislativas do país em junho. As informações são da Agência EFE.

O anúncio foi feito ontem pelo secretário-geral do movimento, Richard Ferrand, que também informou que a ex-delegada nacional do En Marche!, Catherine Barbaroux, ocupará a presidência provisória do movimento, até o congresso de fundação do novo partido, que será em julho deste ano.

Catherine Barbaroux, de 67 anos, que presidirá o movimento interinamente até o congresso, era até agora delegada do En Marche! e procedente da sociedade civil. Ela presidia a Associação pelo Direito à Iniciativa Econômica, maior entidade de microcrédito da França. Antes, foi delegada-geral para o Emprego e a Formação Profissional de quatro ministros, dois socialistas e dois conservadores.

Objetivo 

Richard Ferrand confirmou que o República Em Marcha apresentará candidatos para as 557 circunscrições eleitorais. Pelo menos metade deles procederá da sociedade civil, mas o movimento não descarta abrigar nomes que decidam abandonar os partidos tradicionais franceses.

“O objetivo para as [eleições] legislativas é obter maioria absoluta para que Macron e seu governo tenham os meios necessários para aplicar o projeto político pelo qual foi escolhido”, disse o secretário-geral.

Ferrand informou que os nomes dos candidatos do República Em Marcha serão anunciados na próxima quinta-feira (11). Os candidatos terão alguma autonomia, mas, segundo o secretário-geral, está sendo montado um grupo homogêneo. (Agência Brasil) 

Transferência de poder será no domingo 

O presidente francês, François Hollande, confirmou ontem que a transferência de poderes ao presidente eleito, Emmanuel Macron, ocorrerá no próximo domingo (14). A informação é da Agência EFE.

“No domingo será a transferência de poderes, dia em que transmitirei o que considero essencial. Depois, ele se tornará presidente da República”, disse Hollande à televisão pública France 2.

O presidente eleito da França esteve com Hollande ontem em Paris, em seu primeiro ato oficial, para homenagear as vítimas da 2ª Guerra Mundial, quando se completam 72 anos da vitória aliada contra a Alemanha nazista.

No Arco do Triunfo, Hollande recebeu, com um aperto de mão, Macron, seu ministro de Economia entre 2014 e 2016.

Eles escutaram solenemente a Marselhesa, o hino da França, e o Chant des Partisans, canção emblemática da Resistência francesa contra a ocupação da Alemanha nazista.

Em seguida, Hollande e Macron depositaram uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, em homenagem aos milhões de soldados que perderam a vida na 1ª (1914-1918) e na 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

Mais jovem

Macron, que aos 39 anos será o presidente mais jovem da França venceu, nas eleições do último domingo (7), a ultradireitista Marine Le Pen com dois terços dos votos, em uma eleição com alta abstenção (25,44%) e elevado percentual de votos brancos e nulos (11,47). 

(Agência Brasil) 

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