Violência ameaça mais de 400 mil

No último fim de semana, três refugiados internos, incluindo uma grávida, morreram devido à explosão de uma mina terrestre e duas escolas foram destruídas em ataques aéreos

Postado em: 07-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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No último fim de semana, três refugiados internos, incluindo uma grávida, morreram devido à explosão de uma mina terrestre e duas escolas foram destruídas em ataques aéreos

O Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária (Ocha, na sigla em inglês) afirmou que está profundamente preocupado com a segurança e a proteção de mais de 400 mil pessoas que vivem na região de Raqqa, na Síria, cidade que é tida como a capital de fato do Estado Islâmico. 

Segundo a agência da ONU, homens, mulheres e crianças estão expostos a lutas e bombardeios diários na região. A informação é da ONU News.

No último fim de semana, três refugiados internos, incluindo uma grávida, morreram devido à explosão de uma mina terrestre e duas escolas foram destruídas em ataques aéreos. 

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Desde primeiro de maio mais de 160 mil pessoas ficaram deslocadas na região. O Ocha também registrou o retorno de aproximadamente 4 mil pessoas para áreas mais calmas neste momento.

A ONU pediu às partes em conflito acesso incondicional e sem impedimentos a mais de 4,5 milhões de pessoas que estão em áreas sitiadas ou de difícil alcance por toda a Síria. Já a agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) alertou que a falta de fundos está colocando em risco mais de 60 mil famílias sírias refugiadas no Líbano e na Jordânia.

Segundo a Acnur, 70% dos refugiados sírios no Líbano estão vivendo abaixo da linha de pobreza. Em Genebra, o porta-voz da agência, Andrej Mahecic, disse que para muitas famílias “o dinheiro recebido como ajuda é o único meio para comprar comida e remédios”.

Ele afirmou que “sem esses fundos [para a Acnur], algumas das famílias deixarão de receber o benefício já a partir de julho”. A agência da ONU precisa de quase US$ 190 milhões para cobrir os programas de assistência no Líbano e na Jordânia, onde vivem mais de 1,6 milhão de refugiados sírios. (Abr)

 Tomada de Al Raqqa será “golpe decisivo”

A ofensiva contra a cidade de Al Raqqa, no nordeste da Síria, representará um “golpe decisivo” na ideia de califado do Estado Islâmico (EI), disse ontem o comandante da coalizão internacional que combate os jihadistas, o general norte-americano Stephen Townsend. A informação é da EFE.

“É difícil convencer novos recrutas de que o EI é uma causa vencedora quando o grupo perder suas duas ‘capitais gêmeas’, tanto na Síria como Iraque”, disse Townsend em um comunicado, em referência às cidades de Al Raqqa e Mossul, esta prestes a ser recuperada no Iraque.

“O Estado Islâmico ameaça todas as nossas nações, não só o Iraque e a Síria, mas também nossos países [ocidentais]. Ele não pode ser tolerado”, disse Townsend, citando os últimos ataques no Reino Unido.

Longa e difícil

A coalizão apoia as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada liderada por milícias curdas que começou nesta terça-feira uma ofensiva contra Al Raqqa, considerada como a capital do califado autoproclamado pelos radicais em junho de 2014. O general afirmou que a luta para recuperar a cidade será “longa e difícil”, mas representará um duro golpe nos jihadistas.

No texto, o general disse que a FSD e a coalizão iniciaram as operações na província de Al Raqqa em novembro. Desde então, as tropas se aproximaram e fizeram um cerco ao redor da cidade.

A nota destaca ainda que a milícia curda pediu aos civis para deixarem a região para que não sejam sequestrados ou usados como escudos humanos pelos membros do EI.

A FSD afirmou que, após a conquista de Al Raqqa, um órgão representativo de civis da região ficará encarregado da segurança e do governo local.

(Agência Brasil)

Foto: Unicef/Al-Issa 

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