Rússia e Bielorrússia iniciam manobras militares em região de fronteira com a UE

Os dois países argumentam que as manobras têm caráter exclusivamente defensivo e que delas participarão 12,7 mil militares

Postado em: 14-09-2017 às 09h20
Por: Victor Pimenta
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Os dois países argumentam que as manobras têm caráter exclusivamente defensivo e que delas participarão 12,7 mil militares

As manobras militares “Zapad-2017” da Rússia e Bielorrússia começaram
hoje (14), em áreas que fazem fronteira com a União Européia (UE). Os
exercícios conjuntos ocorrem em meio a críticas da OTAN e alguns países ocidentais,
que acusam Moscou de mobilizar cerca de 100 mil soldados para os exercícios.

“As manobras Zapad-2017 são realizadas sob o comando dos
chefes dos Estados maiores da Rússia e da Bielorrússia e constituem a última
fase de instrução conjunta das Forças Armadas dos dois países”, diz um
comunicado divulgado pelo Ministério de Defesa russo.

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Os dois países argumentam que as manobras têm caráter
exclusivamente defensivo e que delas participarão 12,7 mil militares, entre o
quais, 7,2 mil bielorrussos e o restante de soldados russos. Os exercícios
“não são dirigidos contra nenhum Estado nem conjunto de países”, diz
o ministério russo.

O comandante do distrito militar ocidental da Rússia, Andrei
Kartapolov, explicou na véspera que o roteiro dos exercícios é que “as
forças devem enfrentar grupos extremistas que entraram no território da União
Estatal [Rússia e Bielorrússia] para realizar atentados terroristas”.

De acordo com Moscou, participam do exercício cerca de 70
aviões e helicópteros, quase 700 peças de armamento e veículos militares,
incluindo tanques e lançadores de mísseis, além de dez navios da Frota do
Báltico russa.

Os militares testarão suas habilidades em seis polígonos
situados na Bielorrússia, e outros três em território russo, nas regiões de
Leningrado, Pskov e Kaliningrado, todas fronteiras com países da UE.

Otan

A Rússia e a Bielorrússia sustentam que informaram
devidamente sobre os exercícios a todos os países da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan) e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa
(OSCE).

No entanto, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg,
criticou na semana passada, na Estônia, a falta de transparência da Rússia e
assegurou que a organização vai acompanhar de perto as manobras conjuntas.

Ele negou que os exercícios representem uma “ameaça
iminente”, como advertiram os países bálticos e a Polônia, mas lembrou que
manobras similares aconteceram em 2008, antes da guerra na Ossétia do Sul, e em
2014, antes da anexação da Crimeia.

“Cada nação, incluindo a Rússia, tem direito de
exercitar suas forças. O problema é que não estão fazendo de uma maneira
transparente e vimos anteriormente que a Rússia usou seus grandes exercícios
militares para encobrir ou iniciar agressivas ações militares contra os seus
vizinhos”. 

Com informações da Agência Brasil e Agência EFE. (Foto: Reprodução)

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