Lixo hospitalar gerado pela covid-19 ameaça a saúde e o meio ambiente, segundo relatório da OMS

Além de expor profissionais da saúde a diversos riscos, comunidades próximas a aterros mal administrados podem ser afetadas pelo ar contaminado

Postado em: 01-02-2022 às 14h53
Por: Maria Paula Borges
Imagem Ilustrando a Notícia: Lixo hospitalar gerado pela covid-19 ameaça a saúde e o meio ambiente, segundo relatório da OMS
Além de expor profissionais da saúde a diversos riscos, comunidades próximas a aterros mal administrados podem ser afetadas pelo ar contaminado | Foto: AP Photo/Dake Kang

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta terça-feira (1/2), alertou para os riscos do lixo hospitalar gerados pela covid-19. Segundo o documento, seringas, kits de testes usados e frascos de vacina descartados durante a pandemia se acumularam para criar toneladas de resíduos médicos, que ameaçam a saúde humana e o meio ambiente. As informações são da Agência Brasil.

Conforme relatado, o material pode ter parte infecciosa, uma vez que o coronavírus é capaz de sobreviver em superfícies, expondo profissionais de saúde a queimaduras, ferimentos com agulhas e germes causadores de doenças. Além disso, comunidades que ficam próximas a aterros mal administrados podem ser afetadas pelo ar contaminado da queima de resíduos, má qualidade da água ou pragas transmissoras de doenças.

Para diminuir os riscos, o relatório solicita a reforma e investimento, inclusive por meio da redução do uso de embalagens que têm causado uma corrida pelo plástico, e o uso de equipamentos de proteção, fabricados com materiais reutilizáveis e recicláveis.

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A estimativa é que aproximadamente 87 mil toneladas de equipamentos de proteção individual (EPI) foram encomendadas por meio de um portal da Organização das Nações Unidas (ONU) até novembro de 2021, sendo que a maioria provavelmente acabou no lixo. O relatório menciona ainda cerca de 140 milhões de kits de testes com potencial para gerar 2,6 mil toneladas de lixo.

Estima-se também que cerca de 8 bilhões de doses de vacinas administradas globalmente produziram 144 mil toneladas de resíduos em forma de frascos de vidro, seringas, agulhas e caixas de segurança.

O relatório não especificou onde ocorreram os acúmulos de lixo hospitalar mais notórios, mas se referiu a desafios como o limitado tratamento e descarte oficial de resíduos na Índia rural, e grandes volumes de lodo fecal de instalações de quarentena em Madagascar, localizado no continente da África.

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