EUA decidem retirar pessoal de embaixada

A ordem, que foi anunciada nesta sexta-feira (29) pelo Departamento de Estado, contempla também a suspensão da emissão de vistos na embaixada dos EUA em Cuba de maneira indefinida

Postado em: 30-09-2017 às 08h00
Por: Guilherme Araújo
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A ordem, que foi anunciada nesta sexta-feira (29) pelo Departamento de Estado, contempla também a suspensão da emissão de vistos na embaixada dos EUA em Cuba de maneira indefinida

O governo dos Estados Unidos ordenou a retirada de todo
pessoal não-essencial da sua embaixada em Cuba, após o “ataque
acústico” sofrido por pelo menos 21 americanos lotados na ilha e cujo
responsável se desconhece, segundo anteciparam nesta sexta-feira as emissoras
de TV americanas CNN e CBS. A informação é da EFE.

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A ordem, que foi anunciada nesta sexta-feira (29) pelo Departamento de
Estado, contempla também a suspensão da emissão de vistos na embaixada dos EUA
em Cuba de maneira indefinida, de acordo com funcionários americanos citados
sob anonimato pelas emissoras. Além disso, o governo americano pretende alertar
seus cidadãos do perigo de serem vítimas de “ataques” se viajarem a
Cuba.

Na quinta-feira (28), o governo americano já tinha confirmado que o
secretário de Estado, Rex Tillerson, estava “revisando todas as suas
opções”, inclusive a retirada de parte do pessoal diplomático em Cuba,
após o “ataque acústico”. Dois dias antes, na terça-feira, Tillerson
havia se reunido na capital americana com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez,
para tratar deste misterioso assunto.

Após o encontro, o Departamento de Estado disse em um
comunicado que a conversa entre ambos foi “firme e franca”, e que
“refletiu a profunda preocupação dos Estados Unidos com a segurança de seu
pessoal diplomático”. Na nota, Tillerson “expressou a gravidade da
situação e insistiu com as autoridades cubanas sobre sua obrigação de proteger
o pessoal da embaixada e suas famílias”.

Rodríguez, por sua parte, indicou que “seria lamentável
que se politizasse um assunto desta natureza e que se tomassem decisões
apressadas e sem sustento em evidências e resultados investigativos
conclusivos”.

Sem respostas

Os EUA asseguram que pelo menos 21 americanos lotados em
Havana sofreram “incidentes de saúde”, ainda que também tenham
ressaltado que não têm “respostas definitivas sobre a fonte ou causa”
dos mesmos.

Segundo meios de comunicação americanos, que citam relatórios
médicos dos afetados, alguns destes diplomatas sofreram lesões cerebrais
traumáticas leves e perda de audição por causa dos ataques acústicos.

As novas tensões EUA-Cuba tem lugar em um período de
esfriamento das relações bilaterais, por conta da nova política fixada pelo
presidente Donald Trump. Ele impôs certas restrições à abertura para a ilha
promovida por seu antecessor, Barack Obama, respaldou o embargo contra a Ilha e
se negou a negociar com o governo de Raúl Castro se não houver avanços
democráticos em Cuba. (Abr) 

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