Catalunha pode declarar independência

O presidente catalão, Carles Puigdemont, afirmou que poderá declarar a independência da Catalunha no fim desta semana ou no início da próxima.

Postado em: 05-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

O presidente catalão, Carles Puigdemont, afirmou que poderá declarar a independência da Catalunha no fim desta semana ou no início da próxima. As declarações foram feitas à inglesa BBC, anteontem (3), pouco antes de o Rei Filipe VI fazer um pronunciamento pela televisão a toda a população da Espanha, em que considera que o governo catalão agiu com “deslealdade inadmissível”.

No último domingo (1º), cerca de 2 milhões de pessoas votaram a favor da independência catalã. O governo espanhol afirma que o referendo foi ilegal e que não reconhecerá o processo.

“Vamos declarar independência 48 horas depois de contabilizados todos os resultados oficiais. Isso provavelmente estará terminado assim que tenhamos todos os votos dos estrangeiros no fim da semana, e assim agiremos provavelmente durante o fim desta semana ou no início da próxima”, afirmou Puigdemont, que fará uma declaração aos catalães hoje (4), às 21h (horário de Barcelona).

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O presidente catalão já declarou que espera que a União Europeia (UE) se envolva como mediadora do conflito que, para ele, não é doméstico e sim europeu. 

Ele disse à BBC que acha “muito decepcionante” que a UE não tenha escutado o povo catalão. (Abr)

 

Presidente catalão não descarta prisão 

O presidente do Governo da Catalunha, Carles Puigdemont, disse em uma entrevista publicada ontem pelo jornal alemão Bild que vê como “possível” a sua prisão, que no seu entender seria um “passo selvagem”, mas afirma que está disposto a seguir em frente até “onde as pessoas quiserem”. A informação é da EFE.

“Não tenho medo por mim mesmo. Não me assustaria nada do que o governo da Espanha fizer. Meu encarceramento também é possível, o que seria um passo selvagem. O governo espanhol comete um erro depois do outro e se afasta cada vez mais da realidade”, assegurou Puigdemont.

O presidente catalão, que desde julho está sendo investigado pela Justiça pela organização do referendo do dia 1º de outubro, tacha a Espanha de “estado autoritário” por ter usado a “violência contra pessoas pacíficas que só queriam votar na consulta” pela independência, declarada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional do país.

“O governo espanhol encarcera adversários políticos, influi na imprensa, bloqueia páginas web… Ouve o helicóptero que sobrevoa agora a sede do governo? Nos vigiam dia e noite. O que é isso, se não um estado autoritário?”, argumentou.

Puigdemont também criticou o fato de que o governo espanhol tenha bloqueado “todas as propostas da Catalunha” nos últimos anos e não queira “nenhuma negociação, nem sequer conversas sobre a divisão dos impostos”. (Abr) 

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