Partidos da Catalunha se preparam para eleições
Principais legendas separatistas catalães disputarão eleições separadamente
Por: Sheyla Sousa
Os principais partidos independentistas da Catalunha se apresentarão separadamente às eleições regionais de 21 de dezembro, já que o ERC (republicanos de esquerda) e o PDeCAT (centro-direita) não concorrerão unidos como nos pleitos anteriores, realizados em setembro de 2015. A informação é da Agência EFE.
A Junta Eleitoral Central (JEC) da Espanha recebeu quatro propostas de coalizões eleitorais para esses pleitos, cujo prazo de registro terminou anteontem (7) à noite.
Com o nome de En Comú Podem-Catalunya en Comú (ECP-CatComú) se apresenta a coalizão formada pelo Podemos, Catalunya en Comú, Barcelona en Comú, Iniciativa per Catalunya Verds e Esquerra Unida i Alternativa.
Estes partidos esquerdistas já concorreram juntos em 2015 com o nome da Catalunya Sí Que Es Pot, que tem se mantido equidistante entre o governo espanhol e os soberanistas catalães para defender um referendo estipulado entre as partes sobre a independência dessa região espanhola.
Por último, a Junta Eleitoral recebeu a inscrição da coalizão Recortes Cero-Grupo Verde, integrada pela Unificación Comunista de España, Los Verdes-Grupo Verde e o Partido Demócrata Social Autonomista.
Assim, apesar dos apelos dos últimos dias para formar de novo uma lista eleitoral unitária, o ERC e o PDeCAT terão finalmente candidaturas diferenciadas.
Os independentistas da CUP (radicais de esquerda) também se recusaram ontem a fazer parte da mesma lista que esses dois partidos.
Por sua parte, os liberais dos Ciudadanos, os socialistas do PSC e os centro-direitistas do PP, partidos que defendem a unidade da Espanha, se apresentarão sozinhos, como é habitual.
Em setembro de 2015, o ERC e o PDeCAT concorreram unidos na coalizão Junts pel Sí (JxSí), que governou a Catalunha em minoria com um projeto independentista, e com o apoio parlamentar da CUP.
O processo separatista culminou em 27 de outubro, quando o parlamento catalão votou a favor de declarar unilateralmente a independência, depois do referendo de autodeterminação de 1º de outubro, declarado inconstitucional pela Justiça espanhola.
Nesse mesmo dia, o Executivo espanhol destituiu todo o governo catalão e convocou eleições regionais para 21 de dezembro sob o amparo da Constituição espanhola, que impede a separação de qualquer parte do território nacional. (Agência Brasil)