Ucrânia diz que não assinará acordo para exportação de grãos com a Rússia
Governo do país afirmou que só assinará acordos com a Organização das Nações Unidas (ONU).
O governo da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira (22/7) que não assinará acordos para facilitar a exportação de grãos com a Rússia. Segundo Mykhaylo Podolyak, um dos principais auxiliares do presidente do país, Volodymyr Zelenskyy, o país não assinará nenhum documento com a Rússia.
“A Ucrânia não assina nenhum documento com a Rússia. Assinamos um acordo com a Turquia e a ONU e assumimos obrigações com eles. A Rússia assina um acordo espelho com a Turquia e a ONU”, diz o auxiliar.
O conflito entre os países já dura 149 dias e, na última terça-feira (19), o presidente russo, Vladmir Putin, impôs condições para facilitar a exportação de grãos da Ucrânia para o resto do mundo. Segundo Putin, para que essa facilitação ocorra, é necessário que sanções contra a exportação de alimentos da Rússia sejam removidas.
A intervenção militar da Rússia na Ucrânia prejudicou os embarques de um dos maiores exportadores mundiais de trigo e outros grãos, provocando temores de escassez global de alimentos.
Os preços dos cereais na África, o continente mais pobre do mundo, dispararam por causa da queda nas exportações da Ucrânia, acentuando o impacto do conflito e das mudanças climáticas e provocando temores de agitação social. As Nações Unidas (ONU) disseram que a África enfrenta uma crise “sem precedentes” causada pelo conflito.
Além disso, Mykhaylo prometeu “resposta militar” ucraniana a quaisquer “provocações” da Rússia e disse que os navios e representantes de Moscou não seriam permitidos nos portos ucranianos usados para exportações de grãos.
Autoridades da ONU, russas, ucranianas e turcas chegaram a um acordo provisório sobre alguns aspectos para garantir a exportação de 22 milhões de toneladas de grãos e outros produtos agrícolas desesperadamente necessários que atualmente presos nos portos do Mar Negro da Ucrânia pelos combates. Segundo a ONU, chegar a esse acordo marcaria um grande passo para aliviar a crise alimentar que elevou os preços de commodities vitais, como trigo e cevada.