Confuso método de votação na Itália provoca erros, anulações e atrasos

Os italianos acodem às urnas com um sistema eleitoral chamado "Rosatellum bis" que foi aprovado nos últimos meses e que serve para escolher os 630 deputados e 315 senadores, e premiar as coalizões

Postado em: 04-03-2018 às 14h00
Por: Márcio Souza
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Os italianos acodem às urnas com um sistema eleitoral chamado "Rosatellum bis" que foi aprovado nos últimos meses e que serve para escolher os 630 deputados e 315 senadores, e premiar as coalizões

Os italianos
votam neste domingo nas eleições gerais do país com um sistema novo e confuso,
que provocou atrasos em colégios de Palermo e anulações de votos em Roma porque
as cédulas estavam erradas.

Os italianos
acodem às urnas com um sistema eleitoral chamado “Rosatellum bis” que
foi aprovado nos últimos meses e que serve para escolher os 630 deputados e 315
senadores, além de premiar as coalizões.

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Este método é
misto e consiste em que 36% das cadeiras de ambas as câmaras são atribuídas com
um sistema majoritário baseado em circunscrições uninominais e 64% restantes de
forma proporcional em candidaturas plurinominais.

O cidadão,
quando se aproxima do colégio eleitoral, recebe por parte do presidente da mesa
duas cédulas, uma rosa para a Câmara dos Deputados e outra amarela para o
Senado.

As cédulas
contêm em primeiro lugar os nomes dos candidatos que concorrem às distintas
circunscrições uninomiais e embaixo as listas que os apoiam junto a quatro nomes
de candidatos às circunscrições plurinominais, por isso que as cédulas em cada
colégio eleitoral são diferentes.

Isto fez com que
em Palermo 200 mil cédulas fossem colocadas em vários colégios com nomes
equivocados.

O erro foi
descoberto durante a madrugada e a delegação do Governo ordenou a reimpressão,
mas nem todas chegaram a tempo e às 9h local (5h, em Brasília), duas horas após
o horário previsto de abertura dos colégios italianos, havia alguns em Palermo
que permaneciam fechados, mas eles já foram abertos.

Paralelamente,
em um colégio de Roma um cidadão avisou ao presidente da mesa que os nomes dos
candidatos ao Senado estavam errados, por isso que a votação ficou suspendida
temporariamente até que foram entregues as cédulas corretas.

No entanto, o
presidente da mesa abriu uma urna na qual já tinham votado 36 pessoas e anulou
esses votos. A imprensa italiana informou que essas pessoas foram contactadas
para que possam voltar para votar.

A forma de
escolher os membros do próximo Parlamento da Itália tampouco é singela. Há três
possibilidades: votar só em um candidato para uma circunscrição uninominal, em
cujo caso também apoia o partido ou a toda a coalizão da qual faz parte.

Também é
possível marcar uma cruz só no partido, e se apoia também o candidato da
circunscrição uninominal, mas não toda a coalizão, e votar tanto no candidato
da circunscrição uninominal como na formação que o apoia.

Até o momento,
votaram o presidente da República, Sergio Mattarella, o secretário-geral do
governamental Partido Democrata (PD), Matteo Renzi, e o atual primeiro-ministro
em funções, Paolo Gentiloni.

 Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução

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