Número de migrantes que chegam à Itália diminuiu 74%, em 2018

Ao menos 500 pessoas morreram ou desapareceram no primeiro trimestre deste ano em travessias em direção à Itália. Acnur destaca que os perigos ao longo do caminho migratório aumentaram

Postado em: 11-04-2018 às 14h25
Por: Victor Pimenta
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Ao menos 500 pessoas morreram ou desapareceram no primeiro trimestre deste ano em travessias em direção à Itália. Acnur destaca que os perigos ao longo do caminho migratório aumentaram

A Agência de Refugiados das Nações Unidas (Acnur) divulgou
nesta quarta-feira (11) um estudo sobre migração na Europa nos primeiros três meses de 2018
que mostra uma redução de 74% nas chegadas de refugiados e migrantes à Itália.
A queda deve-se a medidas de controle das fronteiras e ao perigo das
travessias. O relatório Jornadas Desesperadas revela ainda que a queda drástica
ocorre desde julho de 2017. A informação é da ONU News.

Segundo o estudo, pelo menos 500 pessoas morreram ou
desapareceram no primeiro trimestre deste ano em travessias em direção à
Itália. A agência da ONU assinalou que o movimento migratório para a Itália foi
reduzido principalmente entre os que partem da Líbia, se comparado ao fluxo do
ano passado.

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A Acnur destaca que os perigos ao longo do caminho migratório
aumentaram. A taxa de mortalidade entre os que cruzam a fronteira da Líbia
aumentou para uma em cada 14 pessoas, ao contrário da proporção de uma em cada
29 pessoas no mesmo período em 2017.

Uma das questões mais preocupantes é o agravamento da saúde
dos recém-chegados a partir daquele país africano. Aumentou o número dos que
desembarcam extremamente fracos, magros e em geral com problemas de saúde.

O diretor do Escritório da Acnur na Europa, Pascale Moreau,
revelou que mais de 3,1 mil pessoas morreram no mar no ano passado enquanto
seguiam ao continente europeu. Em 2016 foram 5,1 mil óbitos.

Novas entradas

Ao contrário do que aconteceu na Itália, o estudo da ONU
revela que em Espanha o número de migrantes e refugiados duplicou em comparação
com 2016, com um acréscimo de 101% em 2017, quando o país teve 28 mil novas entradas
de migrantes. A tendência foi similar no primeiro trimestre deste ano, com um
aumento de 13% em relação ao ano passado.

Cidadãos marroquinos e argelinos se tornaram as duas
principais nacionalidades a chegar ao território espanhol, apesar de os sírios
continuarem sendo o maior grupo que atravessa as fronteiras terrestres da
Espanha.

Na Grécia, o total de chegadas pelo mar também diminuiu em
relação a 2016. Mas no país foi observado um aumento de mais de um terço de
entradas entre maio e dezembro passados com 24,6 mil chegadas.

O relatório Jornadas Desesperadas destaca ainda que, por
causa do aumento das restrições à migração na Hungria, muitos refugiados e
migrantes estão recorrendo a rotas alternativas para se deslocarem pela Europa.

 Fonte: Agência Brasil.

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