Famílias processam redes sociais por expor crianças a conteúdos prejudiciais

Dependência de redes sociais leva a tentativas de suicídio e depressão, afirma Taylor Little.

Postado em: 04-12-2023 às 11h27
Por: Luana Avelar
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Famílias processam Meta, TikTok, Google e Snap Inc. por expor crianças a conteúdos prejudiciais. | Foto: Freepik

Centenas de famílias nos Estados Unidos estão movendo um dos maiores processos já registrados no Vale do Silício, processando as gigantes tecnológicas Meta (proprietária do Facebook e Instagram), TikTok, Google e Snap Inc. (dona do Snapchat). A ação alega que essas empresas deliberadamente expõem crianças a conteúdos e produtos prejudiciais desde o design inicial.

Uma das pessoas liderando o processo é Taylor Little, que aos 21 anos descreve ter sido aprisionada pela dependência de redes sociais desde os 12 anos. Little afirma que essa dependência levou a tentativas de suicídio e anos de depressão, destacando as consequências graves do uso descontrolado dessas plataformas.

O processo argumenta que as plataformas foram concebidas para serem intencionalmente prejudiciais, citando o caso da adolescente britânica Molly Russell, que teve acesso a conteúdos sobre automutilação, suicídio e depressão nas redes sociais e tirou a própria vida aos 14 anos.

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A juíza federal Gonzalez Rogers rejeitou a tentativa das empresas de usar a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos como defesa, destacando que a liberdade de expressão não pode justificar práticas prejudiciais. Ela também considerou que a Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações não oferece proteção total às empresas.

Advogados das famílias consideraram essas decisões como uma “vitória significativa”, enquanto as empresas refutam as alegações, afirmando que pretendem se defender.

Little, que passou por experiências traumáticas relacionadas a conteúdos sensíveis desde uma idade precoce, expressa determinação em seguir adiante com a ação legal. Para Little, a esperança de uma melhoria nas redes sociais depende da vitória na ação, destacando a falta de responsabilidade das empresas em relação aos impactos negativos em seus usuários.

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