Supremo Tribunal da Rússia proíbe movimento LGBTQIA+ e intensifica repressão

Restrições legislativas e perseguição criminal ameaçam direitos e liberdades na Rússia.

Postado em: 05-12-2023 às 12h13
Por: Luana Avelar
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A repressão é vista como uma estratégia política para alimentar o sentimento antiocidental e atrair apoio durante as eleições presidenciais. | Foto: Freepik

Supremo Tribunal da Rússia declarou o “movimento LGBTQIA+ internacional” como uma organização extremista, proibindo suas atividades em todo o país. A decisão, originada a partir de uma moção do Ministério da Justiça, foi tomada em uma audiência a portas fechadas, na qual nenhum representante do “lado do réu” esteve presente. Esta medida intensifica a crescente pressão sobre a comunidade LGBTQIA+ russa, que enfrenta restrições legislativas, remoção de representações em diversas formas de mídia e, agora, a ameaça de perseguição criminal.

A reação inclui a evacuação de membros da comunidade, refletindo o clima de pânico e repressão. A decisão, muitas vezes vinculada a uma agenda política conservadora, também levanta questões sobre a liberdade de expressão e direitos humanos no país.

Este movimento é parte de uma série de medidas mais amplas nos últimos anos, incluindo a proibição da “propaganda [para menores de idade] de relações sexuais não tradicionais” em 2013, estendida a todas as faixas etárias no ano passado. Referências a pessoas LGBTQIA+ foram excluídas de várias formas de mídia, e até mesmo a bandeira do arco-íris está sob ameaça de banimento.

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Sob a presidência de Vladimir Putin, o Kremlin adotou uma ideologia centrada no pensamento conservador e nos “valores da família tradicional”. As autoridades retratam o ativismo LGBTQIA+ como algo inerentemente ocidental e hostil à Rússia, apresentando a pressão sobre a comunidade como uma defesa dos valores morais do país.

A situação atual também é vista por alguns como uma estratégia política, alimentando o sentimento antiocidental para atrair apoio durante as eleições presidenciais. A repressão à comunidade LGBTQIA+ torna-se uma ferramenta para criar um inimigo artificial, alinhando-se à retórica conservadora e antiocidental.

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