Mais de 1.700 pessoas são detidas na França após protestos

Presidente Emannuel Macron usou sua conta no Twitter para agradecer o apoio recebido das forças de segurança do país

Postado em: 10-12-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Presidente Emannuel Macron usou sua conta no Twitter para agradecer o apoio recebido das forças de segurança do país

Os protestos continuam acontecendo por toda a França, apesar de o movimento ter perdido força nas últimas semanas

Um total de 1.723 pessoas foram detidas no sábado na França no quarto sábado consecutivo de protestos dos “coletes amarelos”, que levaram às ruas 136 mil manifestantes, segundo o Ministério do Interior do país.

Só em Paris houve 1.082 detenções e 96 pessoas ficaram feridas, delas, dez policiais, segundo a Polícia.

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Dentre esses detidos, ficaram sob custódia 1.220 pessoas, disseram hoje fontes do Ministério.

“Globalmente a violência foi menor que na semana anterior e o nível de tensão diminuiu, mas a situação não é satisfatória”, declarou o porta-voz do Governo, Benjamin Griveaux, em entrevista à emissora “Europe 1”.

A participação dos “coletes amarelos” nas ações que tinham convocado por todo o país, de acordo com as contas do departamento de Interior, foi a mesma do dia 1º de dezembro.

O porta-voz confirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, que não discursou publicamente em toda a semana, apesar da gravidade da situação, falará no começo desta, embora não tenha detalhado de que forma.

Em sua conta do Twitter, Macron ontem à noite postou uma mensagem para agradecer as forças da ordem por sua “coragem e excepcional profissionalismo” que mostraram.

Os distúrbios de ontem foram de menor gravidade que os do sábado passado em Paris. Apesar disso, se repetiram cenas de carros queimados, lojas saqueadas, vitrines quebradas e barricadas nas ruas, em particular nos bairros de Champs-Elisees, nos Grandes Bulevares e na praça da República.

Fora da capital, algumas manifestações dos “coletes amarelos” acabaram em violência, como em Toulouse, em Saint-Etienne e em Bordeaux, onde um manifestante ficou gravemente ferido ao pegar com a mão uma bomba de gás lacrimogêneo. 

Polícia usa gás lacrimogêneo para conter coletes amarelos em Paris 

As primeiras reações da polícia, com detenções e o uso de gás lacrimogêneo contra os coletes amarelos que protestam em Paris, aconteceram na manhã deste sábado na avenida Champs-Élysées e em uma rua adjacente.

Pouco depois das 9h (horário local) começaram momentos de tensão entre os manifestantes e os agentes antidistúrbio, que os impediram de passar pela avenida a partir de um determinado ponto, perto do Palácio do Eliseu.

Quase uma hora depois, os agentes utilizaram gás lacrimogêneo para dispersar as dezenas de coletes amarelos que tentavam de entrar pela rua Arsène Houssaye, adjacente à Champs-Élysées.

Com ordens para evitar “cenas de guerra urbana” como as que ocorreram há uma semana, os agentes usaram o gás e realizaram várias detenções.

De acordo com o primeiro-ministro, Édouard Philippe, às 11h (horário local) 481 pessoas já tinham sido detidas, das quais 211 ficaram sob custódia. Philippe presidiu nesta manhã uma reunião com os responsáveis de segurança no Ministério do Interior, entre eles, o ministro da pasta, Christophe Castaner.

Em entrevista ao canal “BFMTV”, a porta-voz da polícia, Johanna Primevert Primevert, indicou que nesse momento havia cerca de 1.500 manifestantes na Champs-Élysées e centenas na praça da Bastilha e em Porte Maillot, perto do Palácio do Congresso.

Pela primeira vez em mais de 40 anos, as forças da ordem em Paris contam com 12 blindados que podem ser utilizados para atravessar barricadas.

Estão fechados os principais museus e monumentos (como a Torre Eiffel), diversas lojas de departamento e comércios, além de aproximadamente 40 estações de trem e metrô. (Agência Brasil) 

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