Santana recebeu dinheiro da Odebrecht

Os advogados tributaristas do publicitário João Santana e de sua esposa Mônica Moura confirmaram ontem, em entrevista coletiva em São Paulo, que

Postado em: 27-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Os advogados tributaristas do publicitário João Santana e de sua esposa Mônica Moura confirmaram ontem, em entrevista coletiva em São Paulo, que a empresa Shellbill recebeu dinheiro da Odebrecht, mas por campanhas eleitorais feitas pelo publicitário em outros países. Segundo eles, não houve irregularidades no dinheiro recebido pelo publicitário de campanhas políticas feitas por ele no Brasil.

A Operação Lava Jato investiga a relação de Santana com a empresa Odebrecht. A empreiteira também é alvo de investigações da Polícia Federal e teria feito repasses financeiros ao publicitário no exterior por meio de uma offshore.

Igor Nascimento, advogado tributarista de Santana, disse que seus clientes não são “corruptos e nem corruptores” e que o dinheiro que foi recebido por eles nas diversas empresas que mantém é de origem lícita, fruto do trabalho desenvolvido por ambos em campanhas políticas em diversos países. No caso da Shellbill, uma das várias empresas do casal, o advogado admitiu que ela recebeu recursos não declarados.

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“A Shellbill é uma empresa que, na visão deles, é a poupança que iriam fazer no exterior. Eles já disseram de onde veio o dinheiro [da empresa], de campanhas de Angola e da Venezuela. Valores esses, feitos, muitas vezes, com contribuições de empresas, como a Odebrecht, que queriam dar ajuda financeira a partidos políticos. De fato, nessa empresa, existiam recursos não declarados, feitos com base em contribuições de donatários de campanhas, e não diretamente, com base em pagamento de partidos políticos que os contrataram”, disse o advogado.

Indagado se não seria ilegal receber dinheiro de campanha sem passar pelo caixa dos partidos políticos, a defesa argumentou que cada país tem suas regras para a campanha política. “Cada país tem sua regra, mas no Brasil é irregular. Mas isso não foi feito no Brasil. Não sei dizer, até porque não é minha área de atuação, como funciona isso nos outros países. Aqui seria ilegal, porque as empresas podem doar para o comitê de campanha, e esse comitê é quem contrata o marqueteiro”, disse.

“Mas, lá fora, não sei como funciona. Mas, de fato eram recursos não declarados. Mas 100% desses recursos são provenientes de trabalhos deles no exterior. Eles não são corruptos ou corruptores”. (ABr) 

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