Líderes dizem a Temer que a base vai continuar unida
Reunião teve o objetivo de unificar o discurso e para demonstrar que o governo continua forte para aprovar projetos no Congresso
Por: Sheyla Sousa
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Em busca de um discurso afinado e para demonstrar que o governo continua forte para aprovar projetos no Congresso, apesar das recentes demissões de ministros, os deputados da base aliada se reuniram ontem em um almoço com o presidente interino Michel Temer. A aprovação de medidas econômicas que estão no Legislativo para que, depois, o Executivo envie novas propostas de ajuste fiscal continua sendo a prioridade do governo. A prova disso, segundo os aliados, será a aprovação pelos deputados, na próxima semana, do projeto que desvincula as receitas da União.
Para o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, é preciso “deixar claro” a situação herdada do governo anterior pelo presidente interino Michel Temer. A avaliação do ministro é que é necessário demonstrar à sociedade que o governo está tomando as medidas corretas para melhorar a situação econômica do país.
Para o deputado Paulinho da Força (SD-SP), líder do Solidariedade na Câmara, o governo foi organizado em poucos dias e acaba tendo que “trocar a roda com o carro andando”. “Têm ministros que entraram e que saíram, mas isso faz parte. O que precisamos mostrar ao Brasil é que os erros foram cometidos no governo do PT e da Dilma, e não no do Temer. O que há hoje são alguns problemas que a gente vai enfrentando e deve enfrentar até que o Senado vote definitivamente o processo de impeachment”, declarou Paulinho da Força, ao sair do encontro.
Nesta segunda-feira (30), o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira,deixou o cargo após serem divulgadas conversas gravadas em que ele orienta a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos da Petrobras e critica a Operação Lava Jato. Na semana passada, também após gravações virem à tona, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) deixou o Ministério do Planejamento.
De acordo com Geddel, se houver novas comprovações de ilícitos envolvendo ministros do governo, eles deixarão os cargos e a “vida continua”. “Tem que ver o que vem, se vem e como vem. Se cada um que tiver que dar explicaçoes, vai dar do tamanho do problema que tiver. Isso é da democracia, a vida como ela é. Ninguém é insubstituível. Na hora que surgir o problema específico, e se surgir, o presidente tomará as medidas e providências cabíveis”.
O deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), líder do PP na Câmara, também não descartou a existência de novos fatos, embora frise que a base aliada está comprometida com o país. “Não que diga respeito a novas demissões, mas fatos políticos nós vamos sempre ter, temos que conviver com eles”, afirmou. (ABr)