Marconi defende maior produção de energia limpa no Brasil

Para o governador goiano, a experiência do etanol brasileiro aponta um novo caminho para o mundo

Postado em: 08-11-2016 às 15h07
Por: Redação
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Para o governador goiano, a experiência do etanol brasileiro aponta um novo caminho para o mundo


Em artigo na edição desta terça-feira (08/11), no jornal Correio Braziliense, o governador Marconi Perillo diz a matriz energética do etanol é um “diferencial” que atrai a atenção do mundo inteiro. Relata o governador que, na década de 1990, esse interesse internacional foi uma das razões para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que marcaria uma mudança radical na Agenda 21, a histórica Eco-92.

No artigo, argumenta que o Pró-Álcool brasileiro teve uma série de erros de origem e percurso, mas impulsionou novas tecnologias, suficientes para que o Brasil chegasse hoje  a ter pelo menos 50% de sua frota habilitada a usar tanto o etanol quanto derivados de petróleo como combustível. “O uso de uma energia renovável no lugar de combustíveis fósseis foi um grande avanço, irreversível depois de três décadas de consolidação”, avalia.

Para o governador goiano, a experiência do etanol brasileiro aponta um novo caminho para o mundo. Ela também acresce outro fator importante: a saúde pública. Goiás, a exemplo de São Paulo, que reivindica o posto de maior produtor de etanol do mundo, está empenhado para que a emissão de gases poluentes derivados de combustíveis fósseis seja tratada como “um desafio de melhoria da qualidade de vida da população do planeta, do mesmo modo que o tabagismo tem sido”. Marconi propõe no artigo o estabelecimento de uma sobretaxa sobre a produção dos combustíveis fósseis, com os recursos sendo direcionados para a geração de incremento tecnológico e ações de saúde.

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O governador argumenta ainda que o ganho é “incalculável” por se tratar de energia renovável, diferentemente do petróleo, que um dia se esgotará. “O etanol é um combustível limpo, isento de emissão de gases que aumentam o efeito estufa e partículas deletérias à saúde humana, com efeito cumulativo”, escreve Marconi. Na avaliação dele, Goiás pode ser tomado como exemplo de que os mecanismos governamentais de incentivo são aceleradores de processos. Em 20 anos, o estado inseriu-se como forte produtor de etanol, numa base produtiva moderna e distributiva, “corrigindo erros do Pro-Álcool”. Com essa política, Goiás superou outros estados e está atrás apenas de São Paulo no volume produzido de álcool e açúcar.

Marconi argumenta ainda que a produção de etanol tem sido, ao mesmo tempo, economicamente vantajosa para as populações das regiões produtoras, com expansão na renda e na melhoria da qualidade de vida. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios produtores de cana-de-açúcar cresceu 65% entre 1970 e 2010, diante de uma expansão média de 57% entre os demais. No campo econômico, ressalta, a expansão da produção de etanol significará maior autossuficiência energética para o Brasil, que gastou US$ 156 bilhões em importações de petróleo e derivados entre 2000 e 2016, dos quais 70 bilhões de dólares apenas com gasolina e óleo diesel. “Apesar de possuirmos alternativa econômica e ambientalmente viável como o etanol, a expansão da frota nacional se prestou a piorar a temperatura e o ar que respiramos”, sublinhou Marconi, referindo-se ao uso de combustíveis fósseis no País.

Além de sobretaxas para os combustíveis fósseis, o governador defende estímulos a outras matrizes energéticas, como as energias solar e eólica, por exemplo, altamente viáveis em países como o Brasil. Em Goiás, relata, diversas empresas do segmento estão em tratativas com o Governo do Estado para a instalação de suas plantas, com suporte dos incentivos fiscais do Produzir, de forma a complementar a produção e a distribuição da matriz hidrelétrica.

Ele conclui que a humanidade está diante do desafio de conciliar o crescimento econômico com a conservação do meio ambiente, não apenas como uma opção de desenvolvimento, mas por questão de sobrevivência. “Ao mesmo tempo, a promoção do desenvolvimento sustentável deve andar de mãos dadas com as ações preventivas de saúde”, arremata.

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