Eike Batista permanece em silêncio em segundo depoimento à PF

O empresário também utilizou o direito de permanecer em silêncio em seu primeiro depoimento

Postado em: 09-02-2017 às 08h26
Por: Renato
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O empresário também utilizou o direito de permanecer em silêncio em seu primeiro depoimento

O depoimento do empresário Eike Batista, nesta quarta-feira (8),
na Superintendência da Polícia Federal, na região portuária do Rio, durou dez
minutos e mais uma vez ele reservou-se ao direito de permanecer calado conforme
orientação da defesa. Foi o que disse o advogado Fernando Martins, que defende
o empresário na acusação de pagamento de propinas ao ex-governador do Rio,
Sérgio Cabral, para obter vantagens em contratos com a administração estadual.

Ainda segundo o advogado, hoje não havia a presença de
procuradores do Ministério Público Federal, como ocorreu durante o primeiro depoimento de Eike na PF do Rio, na terça-feira (31), um dia após ser preso no
Galeão- Aeroporto Internacional Tom Jobim, ao voltar de Nova York.

Logo no início Eike avisou que falaria somente em juízo. Com
isso, não foi necessário fazer uma série de perguntas para ele sempre mencionar
que ficaria calado, como tinha ocorrido na primeira vez. “Ele prestou
depoimento só para o delegado de Polícia Federal e já de imediato ele falou que
vai prestar todos os esclarecimentos apenas em juízo”, disse o advogado.

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De acordo com Martins não há previsão, pelo menos até o
momento, de novos depoimentos do seu cliente na Polícia Federal. Além de Eike
foram levados para a superintendência o ex-secretário de obras do governo
Cabral, Hudson Braga, o ex-subsecretário Francisco de Assis Neto, o doleiro
Álvaro Novis e os ex-assessores Ary Ferreira e Carlos Miranda. Para o advogado
a possibilidade da Polícia querer esclarecer contradições em depoimentos
anteriores, não se aplica ao seu cliente, uma vez que quando o empresário
esteve lá, pela primeira vez, ele também ficou calado.

“Certamente deve ser com outras pessoas, porque ele não
falou nada e não pode cair em contradição. Não falou nem no primeiro e nem
agora”, completou, informando ainda que os depoimentos foram em separado.

Início do processo

Fernando Martins disse que agora que a Polícia Federal
indiciou o empresário junto a 11 pessoas na conclusão do inquérito da Operação
Eficiência, na investigação que apura autoria e materialidade pela prática dos
crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva, além de
organização criminosa, o próximo passo será a manifestação do Ministério
Público Federal se haverá ou não denúncia, que se aceita dará início ao
processo. Após esta etapa é que o empresário começará a prestar declarações em
juízo. “Ele está firme a confiando na Justiça”, disse sobre o seu cliente.

Sobre o pedido de habeas corpus apresentado ao
Tribunal Regional Federal, ainda não há decisão, que caberá ao desembargador
Abel Gomes. “Estou bem confiante”, disse Martins sobre a possibilidade do
pedido ser atendido. Eike Batista está preso na Penitenciária Bandeira Stampa
(Bangu 9), Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste.

Foto: Reprodução (R7) 

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