Relator da reforma previdenciária diz que aposentadoria integral “não existe”

"Em nenhum lugar do planeta existe mais a chamada integralidade" afirmou Arthur Maia (PPS-BA)

Postado em: 14-03-2017 às 14h20
Por: Toni Nascimento
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"Em nenhum lugar do planeta existe mais a chamada integralidade" afirmou Arthur Maia (PPS-BA)

O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia
(PPS-BA), disse hoje (14), em Brasília, que “aposentadoria integral é uma
realidade que não existe hoje”, e que isso será levado em conta na versão final
do parecer a ser apresentado na comissão especial que discute, na Câmara dos
Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016.

“Essa possibilidade de se ter a aposentadoria integral não
existe hoje. Em nenhum lugar do planeta existe mais a chamada integralidade.
Hoje, no Brasil, as pessoas se aposentam em média com 80% do salário que têm
quando estão na ativa. Nessa reforma, o que sugiremos é que a pessoa tenha 51%
da aposentadoria imediatamente, na hora que atinge os requisitos”, disse o
deputado, ao ressaltar que, a cada ano a mais de trabalho, seria acrescido 1% a
mais, além dos 51%. As declarações foram dadas pelo parlamentar, após reunião,
no Palácio do Planalto, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

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Artur Maia disse que, entre os pontos que têm recebido mais
propostas de alterações ao texto original, estão o que se refere às regras de
transição e o que aborda a idade de aposentadoria das mulheres. “A regra de
transição tem várias alternativas de mudança. Há quem prefira modificar pelo
tempo de contribuição. Outros, em função da idade da pessoa”, disse o relator.
“A questão que mais se coloca para modificá-la é o desnível muito abrupto entre
quem tem 50 anos e quem tem 49 anos”, acrescentou.

Alternativa ainda sem definição

Segundo o deputado, ainda não há, do ponto de vista da
relatoria, uma definição sobre quais alterações serão acatadas. “A alternativa
a ser alcançada ainda não foi definida”, disse.

Sobre a diferença entre as idades mínimas de mulheres e
homens para a aposentadoria, o deputado disse não que vê motivo para que uma
mulher sem dependentes tenha sua idade mínima diferenciada.

“Não vejo motivo para uma mulher que não tem dependentes,
que, segundo as estatísticas, justificariam uma dupla jornada, ter idade
diferente de aposentadoria. Isso não quer dizer que eu concorde que mulher,
mesmo com dupla jornada, tenha aposentadoria diferenciada. É um debate que está
acontecendo. Entrei nesse debate para que a gente possa convencer e ser
convencido”, argumentou o relator da reforma previdenciária.

Maia disse que pretende entregar o parecer na comissão
especial imediatamente após a última audiência pública, prevista para o dia 28
deste mês. Com isso, a expectativa é de que ela seja entregue no começo de
abril. “Evidentemente o aumento de audiências públicas implica a extensão dos
debates, o que acarreta em atraso na entrega do parecer”, disse ele.

(Agência Brasil) 

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