Deputado avalia que união entre PSDB e Moro irá quebrar polarização de Bolsonaro e Lula

Dória tem reunião agendada com Moro, após ex-juiz se encontrar com Eduardo Leite

Postado em: 06-12-2021 às 15h44
Por: Fernanda Santos
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Dória tem reunião agendada com Moro, após ex-juiz se encontrar com Eduardo Leite | Foto: Luis Blanco/Governo de SP

Em recente declaração, o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), informou que assim que chegar no Brasil de sua viagem oficial aos Estados Unidos, se encontrará com o possível candidato à presidência em 2022, o ex-juiz Sérgio Moro (Pode). Na última semana o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro também se encontrou com o rival de Dória nas prévias tucanas, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

“Ele está fazendo o papel dele de conversar com os partidos”, afirma o deputado estadual Gustavo Sebba (PSDB). “O Moro, hoje, tem o eleitorado dele. Tem a aceitação e tem também um desgaste, antes mesmo de ter mandatos. Ele tem um percentual forte nas pesquisas, foi um grande juiz, mas politicamente acho que se perdeu um pouco”, pondera o parlamentar.

“Ele é um nome de peso para uma possível terceira via […]. Para sair da polarização de Bolsonaro e PT, para ter uma candidatura centro-direita, é preciso união. Se sair Dória, Ciro [Gomes] (PDT), Moro, se fragmentarmos, vai favorecer a polarização para um segundo turno ter Bolsonaro (PSL) e Lula de novo”, observa Sebba.

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Nada definido

Segundo o deputado estadual tucano, apesar de Dória ter vencido as prévias, não há nada definido. É momento do governador de São Paulo buscar apoio dos filiados que ainda não apostam em seu nome para a chefia do Executivo nacional.

“O Dória venceu e é evidente que isso que não quer dizer que partido ainda está unido em torno de sua candidatura. Querendo ou não, a disputa gera um racha”, afirma o parlamentar. “A eleição foi apertada, em torno de 43% para Eduardo e 54% para Dória. Então compete ao governador de São Paulo buscar essa porcentagem de eleitores dentro das prévias para tentar se solidificar como nome do PSDB”, avalia.

Água e óleo

Enquanto isso, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), se prepara para decolar da legenda tucana e aterrissar em outra, quem sabe, com viés mais para o centro-esquerda, como o PSB. Aos veículos, ele tem dado falas claras de que poderia fechar aliança para disputar a presidência lado a lado com Lula (PT).

“Torço para que o Alckmin não aceite um convite desses”, diz Sebba. “Ele [Alckmin] está de saída do PSDB e dificilmente será revertido. Ele irá para outro partido para decidir se será candidato ao governo de São Paulo ou outro cargo. Em outros momentos eu acharia isso impossível [ser vice de Lula], mas pelas últimas declarações já não parece tão assim. Eu, particularmente, sou contra”, opina o parlamentar que acredita que as duas siglas são como água e óleo.

“Sou contra aliança com o PT. Somos antagonistas. Temos visões completamente diferentes de política. Essa é a minha posição enquanto deputado do partido. Eu acho que no primeiro turno é descartado esse tipo de posição com a esquerda. Até segundo turno ainda acho difícil caminhar com o PT. A menos que eles venham apoiar uma candidatura nossa”, afirma o deputado.

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