Quinta-feira, 28 de março de 2024

PDT Goiás e adversários políticos defendem idoneidade de Ciro e questionam ação da PF

Aliados e adversários se solidarizaram com pré-candidato e acreditam em ação para desgastar imagem de ex-ministro

Postado em: 16-12-2021 às 14h48
Por: Fernanda Santos
Imagem Ilustrando a Notícia: PDT Goiás e adversários políticos defendem idoneidade de Ciro e questionam ação da PF
Aliados e adversários se solidarizaram com pré-candidato e acreditam em ação para desgastar imagem de ex-ministro | Miguel Schincariol/AFP

De acordo com o presidente do PDT, George Morais, a sigla com certeza continuará apoiando Ciro Gomes, pré-candidato à presidência, mesmo após ele ser alvo de investigações da Polícia Federal, em operação deflagrada na última semana. “O PDT Goiás tem muita satisfação em ter o Ciro como pré-candidato e com certeza caminhará com ele, caso se confirme candidato. Ele é um político experiente, com projetos consistentes, e preparado para fazer o país sair da recessão e avançar. O Brasil precisa desta alternativa progressista”, afirmou ao jornal O Hoje.

O pedetista e seu irmão, Cid Gomes, são investigados por suposto desvio de dinheiro público na construção do Arena Castelão, que passou por reformas para a Copa de 2014. Segundo Morais, a ação “aparentemente parece ser uma manobra para desgastar a imagem do Ciro”. “Confio plenamente na idoneidade dele e acredito que as investigações comprovarão isso”, completou.

Para Flávia Morais, deputada federal eleita em Goiás pelo PDT, a ação da Polícia Federal (PF) contra o pré-candidato à presidência Ciro Gomes “não tem lógica”. “É muito difícil ele ter alguma responsabilidade sobre isso sendo que ele não teve nenhuma gerência sobre a execução dessa obra”, disse a parlamentar ao O Hoje.

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Sobre uma possível suspensão da postulação da candidatura de Ciro, Flávia afirma que a legenda deverá aguardar os desdobramentos. “Ainda não nos reunimos, mas pelo que tenho visto nas redes sociais, o partido é solidário. Aguardo uma investigação maior, uma apresentação com outras informações. Até então fica parecendo uma perseguição para desgastá-lo publicamente”, avaliou.

“Como ele poderia responder por uma coisa que nem era responsável?”, indagou a deputada. “A gente sabe que isso é recorrente de se criar um fato político através de uma ação como essa. A PF não tem provas, faz busca e apreensão, pega equipamentos e depois não dá em nada”, observou Flávia.

“Custo acreditar que a PF tenha tido esse tipo de comportamento, busca e apreensão baseada unicamente em desgastar a imagem de um candidato. Isso mancha a imagem da PF”, continuou.

Para ela, a ação é extremamente prejudicial à pré-candidatura de Ciro à presidência. “Com certeza cria uma dúvida, porque até então ele sempre teve em seu histórico sua marca de não ter envolvimento com nenhum escândalo”, lamentou.

Por meio de carta, a bancada do PDT na Câmara Federal também ressaltou seu apoio. “Somos solidários aos companheiros Ciro Gomes e Cid Gomes, alvos de uma operação política da Gestapo Bolsonarista, que persegue e intimida opositores ao governo antidemocrático e protofascista que aparelha e corrói as instituições brasileiras”, assinaram os parlamentares.

“Estamos com Ciro Gomes e o nosso Projeto Nacional de Desenvolvimento até o fim. Contra tudo e todos que insistirem em condenar nosso Brasil a uma ex-Nação”, continuou o documento.

Adversários solidários

Apesar de Ciro Gomes ter disputado contra Fernando Haddad (PT), em 2018, e se manter como crítico dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os petistas enviaram mensagens de apoio ao político investigado em suas redes sociais.

“Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados”, escreveu Lula em seu perfil no Twitter.

“Minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato Ciro Gomes. Suas casas foram invadidas, sem terem sido sequer intimados a depor. Como cidadãos brasileiros, merecem ser tratados com o respeito às leis vigentes ao país. Repudio o arbítrio e a perseguição a eles”, publicou Dilma Rousseff.

Em Goiás, a deputada estadual Adriana Accorsi (PT) reiterou o posicionamento de seus colegas nacionais de partido ao O Hoje. “Ainda é cedo para avaliar a repercussão desse fato na candidatura de Ciro. O que é importante ressaltar, e aqui falo como delegada, é que foi uma ação completamente política. Uma denúncia que aconteceu há 10 anos e só agora a polícia fazer busca e apreensão. A busca e apreensão é algo que fazemos em um momento de urgência, para evitar que se percam provas, documentos, armas de fogo, algo urgente, o que não era o caso”, comentou a parlamentar.

“Se havia um inquérito ao longo desses 10 anos, já que não fez a busca e apreensão na época da denúncia, por que não intimar? Ouvir o depoimento? Questionar os investigados? Não sou contra investigação, mas depois de 10 anos de denúncia, a busca e apreensão é totalmente indevida. Fica muito claro que é uma ação política e é lamentável vermos o aparelhamento da instituição Polícia Federal. Não pode acontecer. É contra o bom andamento do Estado Democrático de Direito. Então, acredito que a população, em sua maioria, vai perceber que se trata de ato político e não pode ocorrer. Tem que haver indignação”, ponderou Accorsi.

“Nós, do PT, vemos com total legitimidade a candidatura de Ciro Gomes, como todas as pré-candidaturas, mas é claro que gostaríamos que ele viesse a apoiar a pré-candidatura do ex-presidente Lula, porque vemos que hoje é o único que pode vencer o fascismo que está instalado no Brasil e essa política da morte, do ódio, da destruição. Por isso, gostaríamos muito que se não houver viabilidade, que venham para nosso projeto, inclusive para termos mais chances de vencer no primeiro turno”, pontuou.

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