Quem teme a candidatura do ex-ministro Sergio Moro?

Mesmo com a queda, Moro mantém a rejeição de mais de 51% do eleitorado, enquanto o líder das pesquisas tem a rejeição de 39%

Postado em: 27-12-2021 às 07h20
Por: Redação
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Mesmo com a queda, Moro mantém a rejeição de mais de 51% do eleitorado, enquanto o líder das pesquisas tem a rejeição de 39% \ Foto; Reprodução

Por Wilson Silvestre 

A candidatura do ex-ministro da Justiça e ex-Juiz da Operação Lava-Jato, Sergio Moro (Podemos), não caiu no gosto da população. O receio em apoiar a campanha do lava-jatista, por um lado,  reduziu 10 pontos segundo última pesquisa divulgada pelo Poder360. Mesmo com a queda, Moro mantém a rejeição de mais de 51% do eleitorado, enquanto o líder das pesquisas tem a rejeição de 39%. Além de enfrentar uma rejeição natural, tendo em vista as declarações de que não disputaria um mandato eletivo, Moro é alvo de desconstrução por parte da mídia e políticos tradicionais.

As mensagens trocadas entre os procuradores da Operação Lava-Jato e o Juiz à época foram um dos primeiros desgastes públicos de Moro. Após a condenação e prisão do ex-presidente Lula (PT) em 2018, o ex-Juiz aceitou o convite de Bolsonaro, que venceu as eleições, o que ainda é motivo de desconfiança do eleitorado. 

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Mesmo com um discurso que não empolga às massas, e a dicção constantemente criticada, a candidatura de Moro tenta se viabilizar, tanto politicamente quanto eleitoralmente. Movimentos para garantir o apoio da União Brasil, sigla resultado da fusão do Democratas e o PSL, são buscados pela chapa. O movimento já encontra a adesão de algumas lideranças locais importantes, como a do governador de Goiás Ronaldo Caiado (DEM) que já demonstrou abertura para o apoio. 

O objetivo é garantir um derretimento de Bolsonaro para alcançar o segundo turno contra Lula, que lidera as pesquisas. Para isso, a candidatura tem costurado o apoio dos evangélicos e dado como garantir pautas como aborto. Com 31% dos eleitorados brasileiros, os evangélicos formam uma das principais bases de apoio de Bolsonaro, juntamente com os policiais militares que devem ganhar reajustes salariais a partir do ano que vem.

Moro já se reuniu com mais de 40 representantes de diferentes vertentes, como batistas, presbiterianos, metodistas e adventistas. Está prevista, para esta semana, inclusive, o encontro com o pastor R. R. Soares, influente líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. A chapa busca o apoio de bolsonaristas arrependidos e o voto do conservador moderado que ainda apoia Bolsonaro, mas defende uma aliança para derrotar o PT.

Os contornos da disputa do ano que vem levam em consideração a eleição no Chile, onde um candidato de extrema-direita foi derrotado no segundo turno por um esquerdista de 35 anos, Gabriel Boric. A aposta da chamada terceira via moderada é levar um novo candidato que seja de direita, conservador e cristão, embora moderado no discurso.

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