Janot pede prisão de Joesley, Saud e Miller
Pedido do procurador-geral da República ainda precisa ser analisado pelo relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin
Por: Lucas de Godoi
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao
Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de prisão ao empresário e dono do grupo
J&F, Joesley Batista. Janot também pediu a prisão do diretor do J&F,
Ricardo Saud, e do ex-procurador Marcello Miller.
No entanto, a solicitação precisa ser analisada pelo ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, quem decidirá se autoriza ou não a
medida. As informações são do portal do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Na segunda-feira (4), Janot abriu um procedimento de revisão
do acordo de delação dos empresários. Além das prisões preventivas, ele vai
pedir a revogação do benefício de imunidade penal concedido aos delatores.
As prisões já vinham sendo analisada por Janot nos últimos
dias. Na quinta-feira (6), os executivos da JBS prestaram esclarecimentos à PGR, em Brasília, mas
não convenceram. A avaliação na instituição é de que o discurso era somente
para manter a validade do acordo, mas os fatos narrados foram graves.
No caso de Miller, que depôs à PGR nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro, há
auxiliares de Janot que avaliam que ele atuou junto à JBS com uso de
informações privilegiadas que possui por ter integrado a equipe do
procurador-geral da República e pode ter incorrido no crime de obstrução de
justiça e exploração de prestígio.
Em conversa entregue pela própria defesa da JBS, Saud e Joesley conversam por mais de quatro horas sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele foi exonerado da instituição apenas em abril.
(com Estadão Conteúdo)
(foto: AFP / Sergio Lima)