O que pensam Bolsonaro, Lula, Moro, Ciro e Doria sobre a guerra na Ucrânia

Os principais pré-candidatos à presidente tem opiniões divergentes sobre o conflito no leste europeu

Postado em: 07-03-2022 às 07h28
Por: Marcelo Mariano
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Os principais pré-candidatos à presidente tem opiniões divergentes sobre o conflito no leste europeu | Foto: Reprodução

Geograficamente, o atual conflito no Leste Europeu, resultado de uma invasão da Ucrânia por parte da Rússia, está longe do Brasil. Do ponto de vista econômico, contudo, há inúmeros efeitos que podem ser sentidos por aqui, como o aumento do preço de combustíveis e alimentos.

Portanto, é natural que a guerra seja comentada não apenas nas rodas de conversa do dia a dia, mas também faça parte do debate eleitoral brasileiro por meio de posicionamentos, ou a falta deles, de pré-candidatos a presidente.

Como há vários presidenciáveis, o jornal O Hoje selecionou os cinco que apresentam os melhores resultados nas principais pesquisas de intenção de voto para tentar explicar o que cada um pensa sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia.

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Apesar de a diplomacia brasileira votar a favor de resoluções, tanto no Conselho de Segurança quanto na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que condenam as ações de Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em seus discursos, tem adotado uma postura diferente.

No dia 27 de fevereiro, o presidente brasileiro, citando preocupações especialmente em relação aos fertilizantes, disse o seguinte: “No meu entender, nós não vamos tomar partido. Nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível na busca por uma solução”.

Por sua vez, durante visita ao México, o ex-presidente Lula (PT) afirmou, no dia 3 de março, que os Estados Unidos também desempenham um papel no conflito, “É inadmissível que um país se julgue no direito de instalar bases militares em torno de outros países. É absolutamente inadmissível que um país reaja invadindo outro país.”

“Sou, e serei, contra todas as guerras e contra toda e qualquer invasão de um país por outro. Seja no Oriente Médio, na Europa, na América Latina no Caribe e na África, ou em qualquer lugar do planeta Terra”, complementou o petista.

Ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Podemos) escreveu um texto, no site O Antagonista, em que cobra um posicionamento mais claro de Bolsonaro e frisa que “é preciso estar do lado certo da história”.

“Nessa jornada na era de instabilidades, não podemos deixar de lado os nossos princípios fundamentais, e eles exigem que nos posicionemos de forma responsável e clara nos grandes acontecimentos mundiais”, escreveu, também no dia 3 de março, o pré-candidato a presidente.

Em entrevista ao canal no YouTube My News, concedida no dia 4 de março, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) chamou Bolsonaro de “canalha” por causa de seu posicionamento “dúbio”.

“A invasão da Ucrânia é um ato ilegal. A carta das Nações Unidas foi rasgada. Portanto, o Brasil não tem que ter dubiedade, temos que censurar essa invasão”, declarou o presidenciável do PDT.

Por fim, segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que, frequentemente, publica comentários no Twitter sobre o assunto, “neutralidade neste conflito entre Rússia e Ucrânia significa desumanidade e parcialidade” (28 de fevereiro).

Três dias antes, o tucano escreveu que é “vergonhoso” apoiar “esse ditador”, em referência a Putin. Em 3 de março, ele disse que o presidente russo “tenta justificar agressão com fake news”, além de “mentir ao mundo” e tornar “o exército russo em mercenários, oferecendo dinheiro para manter obediência”.

A propósito, no dia 1º de março, Doria e Moro divulgaram, em conjunto, uma “nota de apoio à Ucrânia”. Outros dois pré-candidatos a presidente também assinaram o documento: a senadora Simone Tebet (MDB) e o cientista político Luiz Felipe d’Avila (Novo).

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