Em Goiás, presença feminina é frequente em chapa majoritária

Nas últimas dez eleições, houve pelo menos uma mulher em nove ocasiões, mas a tradição ainda não está garantida para o próximo pleito

Postado em: 08-03-2022 às 08h12
Por: Marcelo Mariano
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Nas últimas dez eleições, houve pelo menos uma mulher em nove ocasiões, mas a tradição ainda não está garantida para o próximo pleito | Foto: Reprodução

Desde 1982, ano das primeiras eleições estaduais diretas na história recente, pelo menos uma mulher esteve presente em alguma chapa majoritária, que engloba candidaturas ao governo, a vice e ao Senado, em nove das dez ocasiões. O único pleito em que isso não ocorreu foi justamente o primeiro.

O nome mais frequente é o de Lúcia Vânia, com quatro aparições. Em 1994, ela concorreu ao governo estadual pelo PP e foi derrotada por Maguito Vilela (MDB) no segundo turno, deixando Ronaldo Caiado, à época no PFL, na terceira posição.

Em 2002, após um mandato como deputada federal, Lúcia Vânia disputou o Senado pelo PSDB. Naquele ano, havia duas vagas disponíveis. Ela conquistou a segunda, com uma diferença de 0,21% para Iris Rezende (MDB), em terceiro. Demóstenes Torres, do PFL, foi o mais votado.

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Oito anos depois, em 2010, Lúcia Vânia repetiu a dobradinha com Demóstenes Torres. Nas últimas eleições, em 2018, ela tentou se reeleger novamente, desta vez pelo PSB, mas terminou em quarto, atrás de Vanderlan Cardoso, Jorge Kajuru e Wilder Morais, que estavam filiados ao PP, PRP e DEM, respectivamente.

A segunda mulher com mais aparições em chapas majoritárias é Marina Sant’Anna (PT), que esteve na corrida eleitoral ao Palácio das Esmeraldas, em 2002, e ao Senado, em 2014. E, empatada com ela, Marta Jane (PCB) se candidatou duas vezes a governadora, em 2010 e 2014.

O ano com mais candidaturas femininas foi o de 2018, com oito. Para o Senado, além de Lúcia Vânia, houve Professora Geli (PT) e Magda Borges (PCB). Para o governo, Kátia Maria (PT) e Alda Lúcia (PCO). E, para vice, Raquel Teixeira (PSDB), Nildinha Assis (PSOL) e Bruna Venceslau (PCB).

Em seguida, aparece o pleito de 2002. Ao todo, foram seis mulheres. Alba Célia, do extinto PGT, para o governo, Rossana Madueño (PSB) e Marta Barth (PDT), para o Senado, e Clélia Brandão (PT), para vice, bem como as já citadas Lúcia Vânia e Marina Sant’Anna.

Em 1982, Maria Valadão, do ex-PDS, concorreu ao Senado, e Mindé Badauy de Menezes (PT), a vice do também petista Darci Accorsi. Em 1990, Raimunda Montelo (PT), candidata a vice de outro petista, Valdi Camarcio, foi a única representante feminina.

Em 1998, Miriam Bianca Ribeiro (PSTU) tentou ser senadora. Por fim, em 2006, Onaide Santillo (MDB) e Valéria Chaves de Souza (PSDC) foram candidatas a vice. De todas as mulheres que estiveram em alguma chapa majoritária em Goiás, somente Lúcia Vânia obteve sucesso nas urnas, em 2002 e 2010.

E 2022?

Por enquanto, para as próximas eleições, ainda não há uma mulher como pré-candidata a governadora, vice ou senadora. Logo, a tradição de presença feminina em chapas majoritárias em eleições goianas corre risco de ser quebrada em 2022.

A chance mais factível de isso não ocorrer é a deputada estadual Lêda Borges (PSDB) ocupar a vice do governadoriável e prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido). No entanto, sua prioridade é disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Essa possibilidade só se tornaria real na eventualmente de Mendanha se aliar ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que, para tal, precisaria desistir de tentar retornar ao Palácio das Esmeraldas.

Outra especulação, mas quase descartada, diz respeito à deputada federal Magda Mofatto (PL), uma aliada de primeira hora do prefeito de Aparecida de Goiânia, estar em sua chapa como candidata a vice ou senadora.

Porém, além de ela preferir ser reeleita ao cargo que já ocupa, o PL, do presidente Jair Bolsonaro, pode ter candidatura própria a governador, com o deputado federal Vitor Hugo, o principal nome do bolsonarismo goiano.

A essa altura, o surgimento de uma mulher para preencher alguma vaga de governadora, vice ou senadora, seria considerado uma surpresa, dada as atuais articulações.

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