Henrique Eduardo Alves usou assessores para ocultar bens, diz PF

A PF investiga se pessoas ligadas ao ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves atuaram para ocultar parte do patrimônio dele, mesmo após sua prisão no dia 6 junho deste ano

Postado em: 26-10-2017 às 14h30
Por: Márcio Souza
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A PF investiga se pessoas ligadas ao ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves atuaram para ocultar parte do patrimônio dele, mesmo após sua prisão no dia 6 junho deste ano

A Polícia Federal (PF) investiga
se pessoas ligadas ao ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo
Alves atuaram para ocultar parte do patrimônio dele, mesmo após sua prisão no
dia 6 junho deste ano. Alves está no presídio da Papuda, em Brasília, por
suspeita de corrupção e lavagem dinheiro em desvios nas obras de construção da
Arena das Dunas, em Natal.

De acordo com o delegado de
Combate ao Crime Organizado da PF no Rio Grande do Norte, Osvaldo Scalezi, o
ex-ministro “continuou articulando para transferir parte de seus bens com o
intuito de dar a entender que seu patrimônio estaria de acordo com as rendas
por ele declaradas”.

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A investigação dessa suspeita
levou a PF a deflagrar hoje (26) a Operação Lavat, um desdobramento da Operação
Manus, que prendeu o ex-ministro em junho. Segundo a PF, durante a análise do
material obtido na primeira operação foram encontradas “fortes evidências” de
que pessoas ligadas à organização criminosa estariam dando continuidade à
prática de crimes como lavagem de dinheiro e ocultação de valores “para o chefe
do grupo”.

A polícia também identificou um
esquema criminoso que fraudava licitações em diversos municípios do Rio Grande
do Norte visando obter contratos públicos que, somados, alcançam cerca de R$
5,5 milhões. Esses recursos teriam sido utilizados para alimentar a campanha de
Henrique Eduardo Alves ao governo do estado em 2014.

Segundo o delegado Scalezi,
assessores de Alves estavam fazendo lavagem de dinheiro para ocultar patrimônio
do ex-ministro. “Um deles tinha controle especifico e amplo de boa parte dos
bens do deputado, tratando sobre transferências de bens e contas bancárias. Era
administrador e ocultador desses bens”.

O grupo ligado ao ex-ministro, de
acordo com o delegado, conduzia de forma irregular algumas licitações,
favorecendo empresas ligadas ao esquema e prejudicando as concorrentes. “Ele
[Alves] continuava articulando, usando empresas para de forma fraudulenta, para
que recebessem valores que foram distribuídos a assessores e ao próprio
deputado”. Henrique Eduardo Alves foi deputado federal por 11 mandatos
consecutivos e chegou a presidir a Câmara entre 2013 e 2015.

Um dos mandados de busca da
apreensão da Operação Lavat foi cumprido na sede da Inter TV Cabugi, em Natal,
na sala de Herman Ledebour que, segundo a PF, é um dos assessores de Alves. Os
investigadores esclarecem que a emissora não é alvo da operação. “O mandado que
foi cumprido no prédio não tem nada a ver com a atividade da imprensa. A
investigação não centra na pessoa jurídica. Foi apenas uma busca e apreensão no
local físico”, explicou o delegado. 

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