Relembre as polarizações nas eleições presidenciais desde 1989

Por 20 anos, PT e PSDB se antagonizaram na corrida pelo Palácio do Planalto

Postado em: 08-08-2022 às 08h21
Por: Francisco Costa
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O pleito deve se polarizar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) | Foto: Jose Cruz/ ABr

Polarização é comum na política – mesmo que não seja sempre no mesmo nível de animosidade que vemos atualmente. No Brasil, as eleições presidenciais sempre trouxeram embates acalorados. Neste ano não será diferente – na verdade, a expectativa é até de mais intensidade. 

O pleito deve se polarizar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Os ânimos estão mais exaltados do que nunca, inclusive, com fortes medidas de segurança para os presidenciáveis e discursos inflamados. Inclusive, com críticas ao sistema eleitoral por parte de quem vem em segundo. 

As pesquisas recentes indicam o favoritismo do petista. Levantamento Genial/Quaest da última semana (quarta-feira, 3), por exemplo, mostra o ex-presidente com 44% das intenções de voto contra 32% de Bolsonaro (PL). Os dados são de 28 a 31 de julho.

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A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 120 municípios do País. Registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02546/2022, a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou menos. O intervalo de confiança é de 95%. Após os dois primeiros colocados aparecem o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) com 5%; o deputado federal André Janones (Avante) e a senadora Simone Tebet (MDB) com 2% cada; e o coach goiano Pablo Marçal (Pros) com 1%. Os demais não pontuaram. Indecisos somaram 6%, brancos/nulos e aqueles que não vão votar, 6%.

Além disso, em eventual segundo turno, Lula vence Bolsonaro por 51% a 37% e Ciro por 51% a 27%. Em caso de confronto com Tebet, o petista leva a melhor com 55% a 22%. Mas como dizem, pesquisa é momento. E passadas as convenções, a propaganda eleitoral começa em 16 de agosto. O primeiro turno, então, ocorrerá em 2 de outubro; e o segundo, em 30 do mesmo mês. E este é o momento de tentar reverter os números.

Ao longo dos anos…

Após citar o momento atual, vale relembrar os confrontos e polarizações desde 1989, quando as eleições diretas retornaram ao Brasil. Naquele ano, a chapa Fernando Collor e Itamar Franco levou a melhor no segundo turno contra Lula e José Paulo Bisol por 53,03% a 46,97% dos votos válitos. 

Cinco anos depois, em 1994, Lula voltou à disputa com Aloizio Mercadante na vice. Começava a polarização PT/PSDB, que duraria 20 anos. Mas naquele momento não houve segundo turno. Fernando Henrique Cardoso e Marco Maciel venceram por 54,24% contra 27,07% do petista. Vale citar, a goiana dona Iris de Araújo era vice Orestes Quércia, chapa que terminou em quarto com 4,38%.

Em 1998, Fernando Henrique se reelegeu com Marco Maciel sem precisar de segundo turno, mais uma vez, polarizando com Lula. Dessa vez o petista tinha Leonel Brizola na vice. O resultado foi 53,06% a 31,71%.

Era PT

Foi em 2002, com José Alencar na vice, que Lula conseguiu vencer as eleições para a presidência da República. Ele derrotou, em segundo turno, a chapa José Serra e Rita Camata. Foram 61,27% dos votos contra 38,72%. Foi a primeira vitória do PT contra o PSDB nas disputas presidenciais.

Em 2006, com a mesma chapa, o petista levou no segundo turno contra Geraldo Alckmin e José Jorge por 60,83% dos votos válidos a 39,17%. Hoje, o ex-governador de São Paulo – que sempre teceu duras críticas a Lula (e vice-versa) – é o vice de Luiz Inácio.

Em 2010, foi a vez de Dilma Rousseff e Michel Temer rivalizarem com José Serra e Índio da Costa. No segundo turno, a primeira presidente do Brasil venceu por 56,05% a 43,95%. Quatro anos depois, colocando fim à polarização PT/PSDB que começara em 1994, Dilma e Temer venceram Aécio Neves e Aloysio Nunes em resultado apertado de 51,64% a 48,36% dos votos válidos. Em números de eleitores, uma diferença de pouco mais de 3 milhões de confirmações nas urnas. 

Nova polarização

Em 2018 um novo player se destacou. O presidente Jair Bolsonaro, em chapa com Hamilton Mourão e discurso antipetista e conservador, venceu no segundo turno. Sem Lula no páreo, o atual presidente conquistou o primeiro mandato com 55,13% dos votos válidos. Ele derrotou a chapa do petista Fernando Haddad e de Manuela d’Ávila, que teve 44,87% das confirmações válidas. A diferença foi de mais de 10 milhões de eleitores.

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