Base caiadista se vê obrigada a repensar possibilidade de candidaturas isoladas ao Senado

Na base governista existe a possibilidade dos três postulantes chegarem a um consenso

Postado em: 10-08-2022 às 09h10
Por: Francisco Costa
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A entrada de Marconi Perillo na disputa pela cadeira de senador deve levar a base do governador a refletir sobre a manutenção das candidaturas isoladas | Foto: Reprodução

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) é, provavelmente, uma das peças mais interessantes do tabuleiro político goiano. Apesar de recuar da disputa ao governo, o tucano pode alterar os planos de quem postula uma vaga ao Senado, cargo que ele optou por disputar. Inclusive, a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que hoje tem três nomes – delegado Waldir (Uniao Brasil), Alexandre Baldy (PP) e Vilmar Rocha (PSD) – poderia rever as estratégias.

Sem Marconi Perillo (PSDB), a disputa à Casa Alta do Congresso tinha o deputado federal Waldir Soares despontando como principal nome em diversas pesquisas. Além disso, outro candidato da base, como o presidente do PP Goiás Alexandre Baldy, se mostrava entusiasmado na corrida eleitoral. Já Vilmar Rocha, presidente do PSD, substituiu Lissauer Vieira (PSD) na disputa majoritária na última semana e já disse que não recuará. 

Mas vale citar, antes do tucano anunciar disputa ao governo de Goiás em 16 de julho, era ele quem liderava as pesquisas de intenção de voto. Mesmo como pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, Marconi deixou em aberto o cargo que concorreria até as convenções, em 5 de agosto. Na ocasião, enfim, definiu o Senado, o que mudou todo o cenário. 

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O Jornal O Hoje consultou, mais uma vez, o professor e cientista político Marcos Marinho. Para ele, tudo dependerá da estratégia do governador. “Se a estratégia de Caiado for realmente derreter o Marconi ao máximo, aí ele teria que optar por um só e forçar o voto da base em apenas um nome.” 

Todavia, Marinho afirma que, neste momento, Marconi não é mais adversário de Caiado. “Então, para ele fazer isso, de forçar um só nome, seria entrar em uma seara que ele tem evitado: se indispor com alguém da base ao ter um nome de consenso.”

Apesar de entender que para diminuir o capital político de Marconi a via mais coerente é que se chegue a um consenso, ele vê uma estratégia arriscada. “Hoje é difícil retroagir de qualquer uma das três candidaturas da base.”

Posição distinta

Também cientista político, Guilherme Carvalho acredita que Caiado tentará afunilar uma candidatura. “Com a chegada de Marconi, o governo precisará concentrar forças para fazer um nome forte.” 

Segundo ele, Waldir é um grande nome pela intenção de votos, mas ele observa algumas dificuldades do grupo aceitá-lo como candidato único – vale citar, o deputado federal é do mesmo partido de Caiado. Em relação a Vilmar Rocha, ele acredita ser mais fácil, por se tratar de uma questão institucional. “A questão é negociar espaços do PSD em um governo vindouro”, revela ao deixar claro, também, o favoritismo do governador na disputa à reeleição. 

Nesse sentido, ele vê a possibilidade de Alexandre Baldy ocupar essa posição. “Baldy tem muito menos a perder e é a forma dele se manter ativo na política goiana. A última vez que disputou foi em 2014 para deputado federal”, destaca. “Marconi mexe no jogo. Antes dele definir pelo Senado, as chances de Caiado fazer a cadeira no Senado era de três para um ou três para dois. Agora, a tendência é afunilar para uma só candidatura.”

Nomes ao Senado

Goiás terá uma eleição polarizada para senador, neste ano. Vale lembrar, em 2022 existe apenas uma vaga para o cargo. No Estado dez tentarão ocupá-la. São eles: Marconi Perillo, Delegado Waldir, Alexandre Baldy, Vilmar Rocha, Denise Carvalho (PCdoB), Manu Jacob (PSOL), João Campos (Republicanos), Wilder Morais (PL), Leonardo Rizzo (Novo) e Antônio da Paixão (PCO).

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