Zé Eliton critica Ronaldo Caiado

Em nota, vice-governador rebate senador e afirma que ele “faz de tragédia em presídio palanque eleitoral”

Postado em: 03-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Em nota, vice-governador rebate senador e afirma que ele “faz de tragédia em presídio palanque eleitoral”

O vice-governador Zé Eliton (PSDB) qualificou de “desumana” e “irresponsável” as críticas feitas pelo senador Ronaldo Caiado (DEM) sobre a rebelião ocorrida no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na última segunda-feira (1° de janeiro). Em nota, divulgada na noite de ontem, ele afirma que oposicionista transforma em “palanque eleitoral” a tragédia que vitimou nove detentos e deixou 14 feridos.

“Enquanto todos nós estamos consternados com os episódios ocorridos no sistema penitenciário, nos solidarizando com as famílias que foram atingidas, é triste ver a irresponsabilidade do Sr. senador Ronaldo Caiado que, de forma desumana, busca fazer da tragédia um palanque eleitoral”, condena Zé Eliton. O vice-governador reforça que a conduta de Caiado “não coaduna com o exercício da cidadania, muito menos com a responsabilidade que um homem público deve ter”.

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O vice-governador destaca que a rebelião no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia é resultado de fatores que se repetem em todo o país, envolvendo guerra de facções criminosas. “Mas as forças de segurança agiram com rapidez e rigor, controlando a situação e evitando consequências maiores”, afirma.

Zé Eliton lembra que o governo está concluindo as obras de cinco novas unidades prisionais (Anápolis, Formosa, Águas Lindas, Planaltina e Novo Gama). As medidas, segundo afirma, vão “diminuir as chances de fugas e rebeliões”.

O vice-governador diz que Caiado, enquanto senador e deputado federal por quatro mandatos, não apresentou projeto relevante para ajudar na segurança pública. “Muito menos fez qualquer ação na luta por recursos destinados ao sistema prisional”, completa.

Zé Eliton lembra que, no final de 2016, em evento realizado em Goiânia com a presença da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, e do então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, além dos secretários de Segurança Pública de todos Estados brasileiros, foi formalizado um conjunto de propostas e iniciativas com soluções pontuais para a segurança pública e sistema prisional. O documento foi enviado ao Senado e à Câmara Federal, “mas não se tem notícia de qualquer ação do Sr. senador para que os temas tratados fossem ao menos discutidos no âmbito do parlamento brasileiro”, afirma.

“Na verdade, há mais de três anos como senador e detentor de quatro mandatos seguidos como deputado federal, Ronaldo Caiado jamais apresentou um projeto relevante para ajudar na segurança pública, muito menos fez qualquer ação na luta por recursos destinados ao sistema prisional”, diz o vice-governador em nota. 

Governo se omitiu, afirma senador 

O líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado, fez duras críticas à política prisional do governador Marconi Perillo que levou às rebeliões ocorridas neste início de 2018 no estado.

Ronaldo Caiado denunciou que já havia o conhecimento prévio de que as rebeliões de Aparecida de Goiânia e Rio Verde iriam acontecer após agentes penitenciários apontarem indícios do que ocorreria, o que foi negligenciado pelo governo estadual.

“Uma tragédia anunciada e negligenciada. Já haviam alertas de agentes penitenciários sobre as rebeliões, ressaltando a falta de agentes, o trabalho extenuante e o mais grave: o domínio de facções do tráfico de drogas atrás das grades. A escolha de fazer ‘vista grossa’ para o problema nos trouxe a atual tragédia”, afirmou Caiado.

Para o democrata, nao dá mais para omitir o grave problema que o estado tem nas mãos, cabendo ao governador a tarefa de assumir a responsabilidade em tentar recuperar o controle sobre os presídios do Estado dominados por facções do tráfico de drogas.

“Cabe agora ao governador assumir a responsabilidade sobre o ocorrido, capacitar e dar estrutura para que o serviço de inteligência prisional identifique os líderes de facções e os separem do convívio com outros presos. Capacidade dos agentes para isso existe. Basta ao governo investir com seriedade. Chega dessa política da fechar os olhos ao crime organizado dentro dos presídios. É hora de pulso firme e tolerância zero para assumir o problema e tratá-lo como ele é: uma ausência do Estado no controle sobre a disciplina interna de seus presídios”, definiu Ronaldo Caiado.

 

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