Censo fornece ferramentas para programas e políticas públicas

A divulgação do resultado se inicia em dezembro desse ano ainda e vai até 2025

Postado em: 22-08-2022 às 07h38
Por: Sabrina Vilela
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Os moradores devem receber o recenseador da forma que se sentirem mais seguros, mas devem responder aos questionários do Censo | Foto: Divulgação

O Censo Demográfico é realizado de a cada 10 anos. O último Censo Demográfico aconteceu em 2010, mas em 2020 em virtude da pandemia não pode ser realizado. Após 12 anos, o censo terá informações atualizadas. a divulgação do resultado se inicia em dezembro desse ano ainda e vai até 2025.

A coordenadora operacional do Censo em Goiás, Mariana Celani, explica que a realização do censo é importante porque é com base nas informações que a população fornecerá que o poder público e a iniciativa privada farão o planejamento da próxima década. É possível saber em que local, região, município, bairro precisamos de mais hospitais ou escolas, por exemplo.

Celani destaca que um dos principais objetivos do Censo Demográfico é contar a população. “Nesse período em que tivemos que adiar o Censo tivemos a continuidade das Estimativas Populacionais, temos outras pesquisas amostrais que mantém a população atualizada a respeito de várias informações”. Segundo ela, o Censo é a pesquisa mais abrangente que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza e terá informações importantes para a atualização do panorama de como vive a população brasileira. 

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A coordenadora destaca que os moradores devem receber o recenseador da forma que se sentirem mais seguros, mas devem responder ao Censo. Contudo, os moradores devem saber identificar os recenseadores já que pessoas más intencionadas podem querer tirar vantagem da situação e aplicar golpes.

 “Os nossos recenseadores estão devidamente uniformizados com colete, boné e identificados com o crachá que traz dados importantes para conferir a identidade do recenseador e ter segurança de que esse recenseador trabalha no IBGE. Essa identidade pode ser verificada pelo QRcode presente no crachá ou pelo site respondendo.ibge.gov.br ou ainda pelo 08007218181”, explica Celani.

Os questionários do Censo trazem perguntas como lista dos moradores do domicílio com nome e data de nascimento. Também são feitas perguntas sobre características do domicílio, forma de abastecimento de água, destino do lixo e esgotamento sanitário. São abordados temas relacionados à educação, trabalho,  rendimento, nupcialidade, fecundidade entre vários outros. 

Recenseadores 

Maria Inês Cardoso, 65, é recenseadora no município de Hidrolândia. Segundo ela, as pessoas que a atendem no geral são simpáticas e a recepcionam bem. Mas, ela já falou com uma pessoa que foi resistente para responder ao censo. “Uma pessoa falou que não ia responder, falei pra agendar um horário, mas ela disse que não iria responder em dia nenhum”.

Um dos desafios encontrado pela maioria dos recenseadores – que tem sido causa até de desistências – apontados por Maria Inês são a falta de salário fixo, ou uma ajuda para a alimentação. A recenseadora detalha que existem dois tipos de questionários. Um básico, que deve demorar em média 10 minutos, e o questionário mostra que depende da quantidade de moradores no domicílio, mas fica por volta de uns 20 a 30 minutos – isso numa família com uns três ou quatro moradores.

“Durante o dia as pessoas estão trabalhando, tenho encontrado mais dificuldade em realizar as entrevistas. Em aproximadamente 30 % dos domicílios é necessário voltar quatro ou mais vezes para conseguir realizar o questionário”, afirma. 

Desistências

Mais de 6,5 mil recenseadores fizeram a rescisão do contrato de trabalhadores temporários recrutados para o Censo Demográfico 2022. Os motivos seriam agressões e hostilidades relatadas pelos profissionais. Desde o dia 1º eles estão nas ruas para a coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022.

Mais de 2,8 milhões de domicílios, distribuídos nos 246 municípios de Goiás, receberão a visita de um dos 6.503 recenseadores do IBGE no período que se estende até o dia 31 de outubro para pesquisa do Censo. 

Em nota o IBGE afirma que a rotatividade de recenseadores no início da coleta é normal e esperada, sendo um fenômeno que tem se repetido em todos os Censos Demográficos brasileiros. Ela está relacionada às características específicas da função – como a flexibilidade de horário e rendimento – e também à certa resistência cultural que os moradores do país têm em responder às pesquisas. Tais aspectos tornam o recenseamento mais desafiador, e o fluxo de entrada e saída de recenseadores naturalmente mais alto. 

O instituto afirma ainda que possuem mais de 6,5 mil recenseadores contratados trabalhando pelos 246 municípios do estado. Esse contingente abrange pessoas das mais diversas origens e que precisam lidar com muitos contextos diferentes. Segundo a nota, mais de 80% dos custos do Censo se referem à folha de pagamento de pessoal. O orçamento original do Censo, solicitado pelo IBGE em 2019, era de R$3,4  bilhões. Contudo, devido a uma série de questões de restrições orçamentárias, foram disponibilizados apenas R$2,2 bilhões para toda a operacionalização do recenseamento. Ainda que seja um valor suficiente para a satisfatória realização do Censo, é evidente que a considerável redução de verbas tem um peso na logística, planejamento e execução da operação, conforme destaca o IBGE.

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