Tebet usou R$ 28 milhões de emenda exclusiva de aliados de Bolsonaro

Candidata confirmou repasses para enfrentamento da Covid, mas nega 'toma lá, dá cá'.

Postado em: 12-09-2022 às 13h14
Por: Luan Monteiro
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Candidata confirmou repasses para enfrentamento da Covid, mas nega 'toma lá, dá cá'. | Foto: Reprodução

A senadora e candidata a Presidência da República, Simone Tebet (MDB), indicou repasses de R$ 28 milhões de uma cota criada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para beneficiar aliados no Congresso. Os repasses foram destinados para municípios do Mato Grosso do Sul.

Essas emendas foram destinadas a 29 municípios e aconteceram em julho de 2020. Na época, o governo Bolsonaro ofereceu até R$ 30 milhões para que parlamentares aliados enviassem para as suas bases recursos para o enfrentamento da Covid-19.

A verba inicialmente seria repassada diretamente pelo Ministério da Saúde aos municípios, levando em conta as demandas existentes e a situação da pandemia em cada região. Mas parte do montante acabou partilhada entre parlamentares, que direcionaram a verba a diferentes municípios do país sem a exigência de critérios técnicos.

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Partidos da oposição e independentes foram excluídos da divisão.

Tebet afirmou, a Folha, que indicou os repasses, mas negou irregularidades e “toma lá, dá cá”. Ela diz que a negociação com o governo federal foi feita pela liderança de seu partido, o MDB, no Senado. Tebet diz, também, que apenas atendeu à solicitação de “designação dos municípios a serem atendidos em Mato Grosso do Sul”.

O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), confirmou que a oferta dos recursos foi feita pela liderança do governo no Senado e levou a possibilidade de indicação aos parlamentares do partido. Ele nega que interesses políticos tenham sido uma condição para que os senadores tivessem direito à verba.

“Isso não nos foi colocado em qualquer momento, até porque, como líder do MDB, jamais aceitaríamos tal condição. O que ficou claro, na época, foram os critérios técnicos para o repasse dos recursos, de acordo com as necessidades emergenciais dos serviços de saúde”, declarou o senador a Folha de S.Paulo.

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