Redes sociais: o comitê que atrai eleitores na reta final da campanha

Às vésperas do dia em que eleitores vão às urnas, estratégia de candidatos ao governo de Goiás intensificam uso de redes sociais

Postado em: 21-09-2022 às 08h12
Por: Yago Sales
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O governador Ronaldo Caiado, no entanto, já usava as ferramentas como forma de se aproximar do eleitorado mais jovem | Foto: Reprodução

Na corrida rumo ao Palácio das Esmeraldas, os candidatos recorreram aos aliados e partidos políticos para erguerem comitês em cidades estratégicas, mas não tanto quanto em outros tempos, quando as redes sociais não haviam tomado a dimensão de alcance do eleitorado. 

Antes do início da campanha eleitoral, no entanto, o governador e candidato à reeleição Ronaldo Caiado (União Brasil) já usava as ferramentas como forma de se aproximar do eleitorado mais jovem, tornando a figura do cargo que representa menos sisuda. 

É muito comum ver, na conta do Instagram de Caiado, vê-lo fazendo corações com os dedos ou vídeos embalados com edição e hits do momento, sobretudo vindo do Tiktok. Foi assim que sua equipe conseguiu resumir seus gostos em oito passos, desde a paixão do candidato pela mula, devoção à Nossa Senhora da Conceição, fã de paçoca e rapadura. Não faltaram respostas engraçadas para caixas de perguntas. 

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Outro ponto que um membro da equipe de marketing da campanha é demonstrar que, embora o político com o cargo eletivo mais importante do estado, consegue dialogar e mostrar que é possível ter uma rotina descontraída em um período normalmente de embates – que Caiado tem evitado, sobretudo em debates com os concorrentes. 

E é justamente isto que o concorrente, ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (Patriota), tem usado nas redes sociais: chamando Caiado para discutir propostas a cada debate agendado. 

Por outro lado, o Consultor de Marketing Político Darlan Campos afirma que as redes sociais não substituíram a campanha corpo a corpo. “Houve uma necessidade que mistura internet, televisão e rua. A gente tem um fenômeno que a legislação eleitoral restringe as comunicações visuais, como os cavaletes e as redes sociais ajudam bastante”, explica ele. 

Mendanha utiliza as redes sociais para divulgar os passos que dá em busca de votos por Goiás. Desde quando era prefeito, dedicava-se a transmissões ao vivo para conversar com o aparecidense. Também costuma homenagear nomes importantes que o influenciaram na política, como o pai. Léo Mendanha e Maguito Vilela, vítimas da Covid-19. 

Major Vitor Hugo (PL), candidato apoiado pelo presidente Bolsonaro ao governo de Goiás, tem 243 mil seguidores, para os quais compartilha a rotina de campanha, vídeos de apoiadores e a reprodução de programas eleitorais, sobretudo os críticos à gestão de Ronaldo Caiado. 

Um integrante do marketing de Vitor Hugo afirmou à reportagem que as redes sociais é a forma que encontrada para driblar os 51 segundos de televisão e demonstrar a adesão que o candidato tem tido nas ruas. “Nesta reta final vamos intensificar a interação com o nosso público. Nosso candidato é uma pessoa bem ativa e a ideia é ampliar este contato”, explica.

Para Darlan Campos, os candidatos, em seus perfis nas redes sociais, ocupam a arena política. “Toda campanha precisa mostrar visibilidade nas ruas, mas também nas redes. O tráfego pago direciona e é uma tendência. São estratégias complementares, não excludentes”, explica ele, que ressalta a importância das ruas e da comunicação off-line.  

“O erro comum é não entender o público alvo e, a partir dali, atingir um alvo. E outra coisa: É achar que nas mídias sociais é reproduzir o que se faz no off-line”, acrescenta, antes de responder à dúvida da reportagem sobre a diminuição do avanço, a pouco menos de uma semana antes das eleições de manifestações de adesivos em carros e placas em residências. 

O especialista lembra que pesquisas ressaltam a sensação de insegurança mais especificamente neste pleito, quando pelo menos dois casos de violência levaram à morte eleitores de Lula por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. “Por isso a campanha de rua está mais fragilizada. Esse medo reflete com menos carros adesivados, menos placas”, pontua ele. 

Para ele, as redes sociais não definem as eleições. O eleitor é impactado por um bandeiraço, por um programa de tevê, por um material que chega às mãos. “É fruto de uma série de ações”, diz.

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