“Pedir a cabeça”: vereador sugere impeachment de Cruz na Câmara 

Embate ocorreu por conta de emendas impositivas

Postado em: 04-11-2022 às 08h15
Por: Yago Sales
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Embate ocorreu por conta de emendas impositivas | Foto: reprodução

Sete dias depois de assumir na Câmara Municipal de Goiânia, o vereador Paulo Magalhães (União Brasil) usou a tribuna da Casa na manhã de quinta-feira (3) para pedir ao líder do prefeito Rogério Cruz, Anselmo Pereira (MDB) que levasse ao Paço um recado amargo. “Oh, negão, Paulo Magalhães é osso duro de roer. Ou o senhor anda direitinho com as emendas ou ele vai pedir a sua cabeça”. Tudo por causa da demora de decisões sobre as emendas impositivas por parte do chefe do Executivo. 

Em seguida, Magalhães ainda alerta aos colegas da Casa: “E vocês têm obrigação de votar comigo para colocá-lo no meio da rua. Tem que respeitar essa Casa, tem que trabalhar em parceria. Não é dando que se recebe, é respeitando aqueles que foram eleitos para estar nessa Casa em defesa da população de Goiânia”. 

Anselmo pediu a parte e, no costumeiro tom conciliador, para imiscuir: “Vereador, vossa excelência se qualifica como osso duro de roer. É o homem que tem o maior coração deste parlamento”. Magalhães, por sua vez, interpôs: “Mas nas minhas questões pessoais eu ponho para quebrar”. Anselmo prometeu que levaria a “análise defesa ao Paço”, seguido de elogios à administração e garantias de que melhoraria o diálogo com Cruz. 

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Não satisfeito, Magalhães, que assumiu a cadeira por determinação da Justiça Eleitoral no dia 27 de outubro, afirmou que, se Cruz não respeitar o povo, “vai levar chicote”. A rusga sobrou até para o vereador e presidente da Comissão Mista, Cabo Senna (Patriota): Portanto, o senhor trate de colocar essas emendas para andar senão vamos caçar o senhor junto com o prefeito”.

Na posse há sete dias, Magalhães indicou como deve atuar à frente do atual mandato. “Aviso aos colegas que não nasci para ser um calango. Tive o melhor relacionamento político com os ex-prefeitos Iris Rezende e Paulo Garcia. Defendo que os direitos dos vereadores têm que ser respeitados. Combaterei o ódio, pois estarei ao lado do povo, mas não farei oposição ao prefeito Rogério Cruz. Aliás, cheguei para fazer a diferença. Tenho experiência para agir dessa forma”, declarou.

Na tribuna, a vereadora Sabrina Garcez (Republicanos) afugentou o pronunciamento de Magalhães. “Muito me estranhou a última fala do vereador Paulo Magalhães – uma fala golpista, vereador -, em relação ao impeachment do prefeito Rogério Cruz”, classificou ela. 

Ela seguiu com defesa à gestão do Paço, com destaque “à dignidade do servidor público” que, diz ela, “não tinha data-base, não tinha plano de carreira, não tinha dignidade para o trabalho”. Garcez ainda sugeriu que Magalhães não havia acompanhado a atuação da Câmara. 

No final do discurso, Sabrina voltou a chamar Magalhães de “vereador golpista”, desceu da tribuna e foi à mesa do colega afagá-lo com as mãos nas costas. “Queria falar que não sou golpista nem traidor. A senhora traiu o Iris várias vezes. A senhora mudou de lado, não é apenas aquela vereadora atuante, aguerrida”, disse, enquanto Sabrina saia, indignada, de perto do parlamentar. “A senhora virou uma verdadeira lagartixa balançando a cabeça sempre para o prefeito”. 

Depois de reclamar que não teve direito à fala durante à dela, faz uma acusação: “Não sou apenas um calango que balança a cabeça para ganhar cargo, não. Não balanço a cabeça. A senhora deve ter faturado bem”. Em resposta, Sabrina se defendeu: “Acho que o vereador se confundiu. Eu nunca fui da base do ex-prefeito [Iris]. E quando o prefeito Rogério Cruz assumiu, me coloquei à disposição para ajudar, sim, a construir a prefeitura porque tive voz para pautas que antes não tive voz com o ex-prefeito. Vamos falar na cidade e não em golpe, vereador”. 

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