Vereador quer criar cadastro de obesidade infanto-juvenil na rede municipal de ensino de Goiânia

Em sessão ordinária da Câmara Municipal de Goiânia nesta terça-feira (8/3), o vereador Denício Trindade (MDB) apresentou um projeto de lei que propõe criar um cadastro de obesidade infantil nas escolas de ensino fundamental e médio da rede municipal de educação.

“É uma preocupação que temos e que precisa de um eficiente programa de prevenção e tratamento da obesidade que afetam nossas crianças, de modo geral. A finalidade primordial é o risco de doença crônica não transmissível entre esses jovens, em decorrência do tipo de alimentação que é fornecida nas escolas”, destacou o vereador do MDB.

Denício explica ainda que o projeto estabelece a criação de um cadastro com dados sobre essas crianças, inclusive com endereço residencial, telefone e identificação dos pais.

“Nos 30 primeiros dias de cada ano letivo a instituição educacional terá que fazer a avaliação antropométrica, como medidas de massa corporal, estatura, peso e conferência abdominal. Portanto, com base na referida avaliação, a escola alimentará o cadastro infanto-juvenil, identificando os alunos com desvios do estado nutricional, como baixo peso, sobrepeso e obesidade”, frisou.

Dados sobre obesidade infantil

Uma pesquisa desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta que o isolamento social contribuiu para o aumento da obesidade infantil no país. A justificativa é a perda de contato que eles tiveram com colegas e professores. Isso gerou, em muitos, ansiedade e tristeza, além de passar mais tempo diante de meios eletrônicos, sem a prática de atividades físicas e brincadeiras ao ar livre.

Já dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos, está acima do peso no país. No caso de adolescentes, cerca de 7% estão obesos. Se não houver mudanças de hábitos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em três anos, o número de crianças obesas no planeta pode chegar a 75 milhões.

A Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu o Atlas da Obesidade do Estado de Goiás com base nos anos de 2010 a 2020. Durante o período estudado houve aumento relativo de 80%, que passou de 18,2% no ano de 2010 e para 32,7% em 2020. Crianças na faixa de 5 a 9 anos tiveram aumento de 30% – passando de 25,7% para 33,5%. As crianças menores de 5 anos mantiveram o índice em 15%.

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