Decisão do Copom de manter taxa de juros em 13,75% é ‘preocupante’, diz Haddad

Haddad afirmou que vai enviar ao Banco Central as considerações do governo federal sobre o atual patamar da Selic

Postado em: 23-03-2023 às 09h37
Por: Ícaro Gonçalves
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Haddad afirmou que vai enviar ao Banco Central as considerações do governo federal sobre o atual patamar da Selic | Foto: Reprodução

Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira (23/3), de manter a taxa básica de juros em 13,75%, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ser “preocupante” o momento que a economia brasileira atravessa.

“Considerei o comunicado do Copom muito preocupante. Em um momento em que a economia está retraindo e que o crédito está com problemas, o Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo. Nós lemos com muita atenção e consideração, mas achamos que realmente o comunicado preocupa bastante”, declarou o ministro.

Haddad afirmou que vai enviar ao Banco Central as considerações do governo federal sobre o atual patamar da Selic. “A depender das futuras decisões, elas podem comprometer o resultado fiscal. Vamos fazer chegar ao Banco Central nossa análise do que é mais recomendável para a economia brasileira encontrar o equilíbrio. O equilíbrio da trajetória da dívida, da inflação, das contas públicas, do atendimento às demandas sociais”, disse.

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O Copom disse que a decisão de manter a Selic a 13,75% é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024”.

“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, justificou o comitê.

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Mais críticas

O anúncio do Banco Central também foi criticado por outros políticos do PT. Para a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR), a decisão favorece o rentismo e prejudica a captação de recursos por parte dos empresários.

“Roberto Campos, explica: como empresários podem captar recursos com os maiores juros do mundo? Como investir se o dinheiro aplicado rende 8% reais? Você não entendeu seu compromisso com o Brasil? Seus juros só beneficiam rentismo e quem não produz. Sua política monetária já foi derrotada”, reclamou.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) chamou a decisão do Banco Central de “covardia”. “Não estão preocupados com o Brasil e o povo brasileiro. Estão agindo de forma irresponsável para aumentar recessão, desemprego e sabotar o governo do presidente Lula. Temos que reagir contra isso”.

A próxima reunião do Copom para revisão da taxa de juros será nos dias 2 e 3 de maio.

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