Presidente da Fiesp diz que taxas de juros no Brasil são “pornográficas”

As falas ocorreram durante evento no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Postado em: 21-03-2023 às 08h23
Por: Ícaro Gonçalves
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As falas ocorreram durante evento no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em discurso feito nesta segunda-feira (20/3), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, chamou a taxa de juros no Brasil “pornográficas”. As falas ocorreram durante evento no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil. Muitos querem associá-la a um problema fiscal. A tese é que há um abismo fiscal. Abismo fiscal num país que tem 73% do PIB de dívida bruta. Tirando as reservas [cambiais] são mais ou menos 54% de dívida. Tirando o caixa do Tesouro Nacional, são menos de 45% do PIB de dívida líquida, num país com a riqueza do Brasil. Então esta não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que praticamos no Brasil”, disse.

Para Josué Gomes, o elevado patamar da taxa de juro prejudica os investimentos da indústria brasileira. No mesmo evento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também criticou o valor da taxa a Selic. Atualmente o Banco Central mantém a taxa em 13,75% desde agosto do ano passado.

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“Não há nada que justifique ter 8% de taxa de juros real, acima da inflação, quando não há demanda explodindo e, de outro lado, no mundo inteiro, há praticamente juros negativos. Nós acreditamos no bom senso e que a gente vá, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade”, disse.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne a partir desta terça-feira (21), para definir a nova taxa Selic.

Leia também: Lula critica independência do Banco Central e diz não haver motivo para Selic em 13,75%

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