País busca a ressurreição do compromisso público e não o “Eles contra Nós”

A Páscoa, que significa ‘passagem’, é um lembrete de que foram escolhidos pelo voto, pelas suas propostas

Postado em: 07-04-2023 às 21h54
Por: Wilson Silvestre
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A tradição judaico-cristã da ressurreição ou festa da Páscoa, comemorada neste domingo (9), serve como uma reflexão política a todos os que, de uma forma ou outra, ocupam funções públicas, mas principalmente àqueles que são escolhidos pela população para serem os guardiões do bem comum.

A Páscoa, que significa ‘passagem’, é um lembrete de que foram escolhidos pelo voto, pelas suas propostas e compromisso público com os valores democráticos. Mas não tem sido assim. Salvo alguns ‘soluços’ de crescimento e bem estar da população, na maioria dos últimos 40 anos, o País vive numa gangorra com mais erros do que acertos.

Em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito pela primeira vez, a esperança que venceu o medo travestido de Lulinha paz e amor, mais uma vez a população teve soluços de esperança, mas veio a recaída. Corrupção no lugar do desenvolvimento e estabilidade tão prometidos. E lá se vai ladeira abaixo o breve sonho de estabilidade econômica.

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O resultado da corrupção acima do tolerável produziu Jair Bolsonaro, o ‘filho político do desastre do lulopetismo’. Novamente ‘soluços de esperança’ se transformam em tosse crônica que, por sua vez, recorre-se ao velho e testado remédio amargo que não deu certo no passado. Assim, nossa dimensão libertadora do atraso tende a congelar o sonho de um Brasil unido, próspero e feliz.

Não tem como vislumbrar desenvolvimento sustentável tendo como pilar o “Nós contra Eles”. Uma política de Estado que tem como sustentação o egotismo petista e o bolsonarismo como ‘salvadores da pátria’ deve aproveitar o momento de fé da Páscoa e fazer uma reflexão: é hora de trocar o clericalismo político dos devotos por estadistas.

Esse é bom, esse não!

Na quinta-feira (5), o Datafolha mostrou que a divisão e o acirramento do “Nós contra Eles” está mais vivo do que mostra o Congresso Nacional. Dos 2.028 cidadãos-eleitores ouvidos entre os dias 29 e 30 de março, 30% se classificam como petistas e 22% bolsonaristas. O retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro vai acirrar essa divisão com reflexos no Congresso e nas reformas propostas pelo governo Lula.

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