Gayer pode minar candidaturas de Rogério e Vanderlan em Goiânia

Federal tende a mergulhar na disputa pela prefeitura da capital como representante do bolsonarismo

Postado em: 11-04-2023 às 07h41
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Gayer pode minar candidaturas de Rogério e Vanderlan em Goiânia
Uma vez no páreo, bolsonarista tende a minar parte do eleitorado de Vanderlan e Rogério, inclinados, por sua vez, ao ex-presidente | Foto: Reprodução

Felipe Cardoso e Francisco Costa

Nos bastidores da política goiana, circula a informação de que o PL teria decidido por emplacar, no ano que vem, os nomes de Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo nas disputas pelas prefeituras de Goiânia e Anápolis, respectivamente. Esse seria o primeiro passo rumo à esperança de resgatar um bolsonarismo que seguirá dando sinais de vida pelos próximos anos.

Tratando-se especificamente da disputa pela prefeitura da capital, pelo menos um candidato tende a representar o movimento. Conforme já mostrado pelo O HOJE, o favorito é o do deputado federal Gustavo Gayer (PL). Na visão do professor e cientista político Marcos Marinho, “não há um representante mais bolsonarista que ele”. 

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Gayer, vale lembrar, é defensor das bandeiras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atua como parlamentar de oposição na Câmara Federal. Para Marinho, na corrida pela prefeitura ganha quem tem grupo. “Atualmente não há um grupo bolsonarista significativo em Goiânia. Gayer é o que mais se comunica com a base de ‘fiéis’ bolsonaristas, mas precisa formar grupo e aglutinar partidos. Não vejo outro nesse espectro que consiga fazer isso hoje.”

A leitura de alguns políticos do alto escalão da política goiana é que o nome do parlamentar, que não nega a possibilidade de disputar em 2024, incomoda e compromete, especialmente, os planos do senador Vanderlan Cardoso (PSD) e do atual prefeito da Capital, Rogério Cruz (Republicanos). 

Acontece que, em um cenário hipotético, ainda que Gayer não saia vitorioso da disputa do ano que vem, seria capaz de minar votos de ambos os lados. Vanderlan, que para muitos teria perdido espaço em meio aos bolsonaristas, não seria capaz de figurar como representante do movimento em Goiás. 

O declínio do senador entre os apoiadores de Bolsonaro foi alavancado na disputa pela presidência do Senado. Durante a campanha, Gayer foi um dos mais ativos para minar os votos em Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e apoiar a candidatura de Rogério Marinho (PL), ex-ministro da última gestão. Após a derrota de Marinho, ele engrossou o tom, inclusive, contra aliados de Bolsonaro. Dentre eles, Vanderlan, que optou por Pacheco. 

Rogério, por sua vez, pode até ter certa penetração no segmento evangélico, pelo histórico de pastor que carrega, porém, não o suficiente para atrair os mais adeptos ao ex-presidente. Gayer, nesse processo, é visto como o político com maior capacidade para, minimamente, dificultar a vida de ambos. 

O atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), é candidato natural à reeleição. Ele busca se viabilizar, podendo, até mesmo, garantir o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Ele tem, no entanto, a igreja como principal aliada. O Segmento não apenas elegeu Gayer como segundo deputado mais bem votado no estado, como pode, agora, aderir com unhas e dentes à campanha do federal, deixando o atual prefeito a ver navios. 

Há ainda quem acredite que a divisão do bolsonarismo entre os três nomes tende, na verdade, a deixar o cenário ainda mais confortável para uma eventual candidatura emedebista. Há, no alto escalão do MDB goiano, um time empenhado em convencer Ana Paula Rezende (MDB) a se candidatar na disputa do ano que vem. Fontes consultadas pelo O HOJE não titubearam ao comentar o assunto: “estamos focados”. Ana Paula é vista, especialmente entre os caciques, como alguém capaz de chegar à disputa já como favorita. Resta aguardar.

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