Haddad e Tarcísio podem se encontrar novamente em 2026?

Mesmo sendo adversários por São Paulo, os dois aparecem como figuras importantes para representar Lula e Bolsonaro nas eleições presidenciáveis

Postado em: 07-07-2023 às 10h23
Por: Mariana Fernandes
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Ambos aparecem como figuras importantes para representar Lula e Bolsonaro nas eleições de 2026 | Foto: Divulgação/ Diogo Zacarias/ Abr

A reforma tributária colocou cara a cara o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas. De um lado, o nome forte do presidente  Lula, que chegou ao segundo turno das eleições presidenciavéis em 2018. Do outro um político republicano que estreou na política já como candidato vencedor ao governo, com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo sendo adversários por São Paulo, os dois aparecem como figuras importantes para representar Lula e Bolsonaro nas eleições de 2026.

A votação polêmica da reforma tributária não apenas consolidou Haddad como um forte articulador de Lula no estado, como também projetou Tarcísio a política nacional, em uma direita mais moderna e simplificada. O único risco do atual governador, no entanto, é perder o apoio que tem – ou tinha – do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. 

Na reunião do PL que ocorreu nesta quinta-feira (6), Bolsonaro demonstrou o desconforto com o posicionamento do sucessor natural. Parte dos apoiadores de Bolsonaro também vaiaram o governador que demonstrou concordar 95% com a reforma que acabou sendo aprovada nesta quinta-feira.

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“Nós não podemos perder a narrativa. Eu acho que a direita não pode perder a narrativa de ser favorável a uma reforma tributária. Porque senão a reforma tributária acaba sendo aprovada e quem aprovou?”, apontou Tarcísio durante reunião do PL.

Leia também: Câmara aprova reforma tributária em primeiro turno

Existem duas interpretações em relação às suas ações estratégicas. Uma delas é que ele inicialmente chegou a Brasília com a intenção de se posicionar firmemente contra a reforma, mas teve que ajustar sua posição para se alinhar com sua base de apoio em São Paulo. Nessa região, a indústria, a direita liberal e uma grande parcela dos consumidores afirmaram concordar com a reforma. A outra perspectiva é que ele entrou no debate já inclinado a aprovar a reforma, porém deixando sua marca pessoal ao negociar mudanças e configurações necessárias.

Haddad e Tarcísio, no entanto, aparentam conversar civilizadamente. No primeiro debate de 2022, por exemplo, Tarcísio iniciou o debate apontando Haddad como o “pior prefeito da cidade”, mas acabou pedindo desculpas logo depois.

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