Bolsonaro busca posição para mãe de sua neta nos EUA
Negociações para empregar a economista Martha Seillier, mãe de filha com Carlos Bolsonaro, estão em curso há pelo menos duas semanas
Por: Tathyane Melo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um pedido ao governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para que a economista Martha Seillier, mãe de uma de suas netas, seja acomodada em um cargo de liderança no escritório da InvestSP nos Estados Unidos. As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo e indicam que as negociações estão em andamento há pelo menos duas semanas.
Martha Seillier ocupava uma diretoria no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) voltada para o Brasil e o Suriname desde maio do ano passado. Sua indicação para esse cargo foi feita por Paulo Guedes, seu então chefe, a quem ela serviu por três anos como secretária especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) no antigo Ministério da Economia de Bolsonaro.
No início deste ano, o site Metrópoles divulgou que Martha estava grávida do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), e a filha, Júlia, nasceu em fevereiro. A possibilidade de Martha assumir o cargo nos Estados Unidos gerou insatisfação entre os funcionários do Palácio dos Bandeirantes.
Durante as conversas, Martha Seillier mencionou que buscaria promover a privatização da estatal de saneamento Sabesp junto a empresários americanos, uma das prioridades do governo Tarcísio, que já havia liderado o PPI no governo de Michel Temer antes de assumir o Ministério da Infraestrutura no governo Bolsonaro.
Um dos pontos de desacordo é o desejo de Martha Seillier de transferir o escritório da InvestSP de Nova York para Miami, cidade que possui uma forte base de apoio a Jair Bolsonaro. Além disso, ela também manifestou insatisfação com o salário atual, que, com gratificações, chega a cerca de US$ 9.000 (aproximadamente R$ 43 mil hoje). Atualmente, o cargo é ocupado por Maurício Abadi.
Por meio de sua assessoria, Bolsonaro afirmou para à Folha que não fez nenhum pedido pessoal para Tarcísio. O governador de São Paulo não se pronunciou, porém, auxiliares próximos reafirmaram a alegação de Bolsonaro, com ressaltas para o fato de que a opção de Tarcísio passa pelo currículo de Seillier e pela proximidade de ambos em governos anteriores.
