Em depoimento à PF, Bolsonaro e Michelle ficam em silêncio

Ao contrário do casal, Mauro Cid não recusou prestar esclarecimentos sobre o caso das joias

Postado em: 31-08-2023 às 17h28
Por: Larissa Oliveira
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O ex-presidente da República e a ex-primeira dama - Foto: Isac Nobrega/PR

Durante depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (31), Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio. De acordo com os advogados do casal, o ex-presidente e a ex-primeira dama prestarão esclarecimentos somente após o caso passar do Supremo Tribunal Federal (STF) para a primeira instância.

“Os peticionários optam, a partir deste momento, por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que estejam diante de um juiz natural competente”, consta no documento assinado pela defesa. Conforme o texto, a atitude de Jair e Michelle se justifica pelo fato da Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar pelo “declínio da competência” sobre o caso, remetendo os autos para a 6ª Vara Federal de Guarulhos.

“Considerando ser a PGR a destinatária final dos elementos de prova da fase inquisitorial para formação do juízo de convicção quanto a elementos ou não a lastrear eventual ação penal, os peticionários, no pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhe são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados”, esclarece o texto.

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O advogado Fábio Wajngarten, que assina o documento, apresentou outro ofício para permanecer em silêncio, alegando não ter tido acesso aos autos e também por “declínio de competência”. Ele também recebeu intimação para prestar prestar depoimento nesta quinta.

Atualmente, Jair e Michelle são investigados sobre o esquema de vendas de joias recebidas pelo ex-presidente em compromissos oficiais na Arábia Saudita. O ministro do STF Alexandre de Moraes está conduzindo as investigações. A Vara Federal local remeteu o inquérito para o STF no dia 15 de agosto.

Depoimentos simultâneos

A fim de evitar a chance dos investigados combinarem suas versões, a Polícia Federal (PF) marcou os depoimentos de forma simultânea. Portanto, a decisão foi propositalmente estratégica. A PF tem o objetivo de apurar mais informações sobre os principais achados da Operação Lucas 12:2. O caso colocou o ex-chefe do Executivo no centro de uma investigação sobre supostos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Por voltar das 10h40 desta quinta-feira (31), Michelle e Bolsonaro chegaram à sede da PF, em Brasília, para prestar depoimento no caso das joias. Com eles, estava Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretária de Comunicação da Presidência. Os três já deixaram o local. O advogado Frederick Wassef presta depoimento em São Paulo. Antes de entrar na superintendência da Polícia Federal, afirmou em entrevista que é “vítima de uma campanha covarde de fake news”. “Estou absolutamente tranquilo, jamais cometi qualquer irregularidade ou ilícito”, afirmou.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, também prestou depoimento. Ele chegou para depor às 9h20 e permanece no prédio da corporação. Vale ressaltar que o militar é o único dos intimados que está preso. Além disso, o pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid, também depôs. Ademais, Marcelo Câmara e Osmar Crivellati, assessores do ex-presidente, também prestaram depoimento. Os dois últimos já saíram da sede da PF em Brasília.

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